"Sou sincero em contar em detalhes o que se passa em minha vida em respeito a admiração que tenho pela senhora desde o momento em que vim ao mundo.
Por isso devo uma explicação do meu sumiço em sua vida e de ter me varrido dela para sempre.
Mas,agora, volto piedoso,pois depois de ler minha história, certamente a senhora concordará comigo e me dará todo apoio.
Sei que está num asilo e é de poucas leituras mas sou forçada a lhe descrever o que se passou na minha malfadada vida.
O motivo dessa balbúrdia em meus pensamentos e a confusão de valores que me envolvi é tanta, pois até, se surgisse uma nova guerra eu seria o primeiro a me inscever, tamanho é meu caos interior.
Eis minha desventura:
Estava à sós, cuidando do meu jardim, quando ela surgiu na minha porta, pedindo ajuda para a Associação da Liga da Moral.
E toda cheia de indolente preguiça, com um corpo móvel de sexo e suturas sensuais, me vi diante de dela e dela de mim.
Foi um choque para ambos. Contribui imediatamente para a Liga da Decência, pois, antes de tudo, prezo a constuição de valores de uma comunidade. Principalmente à minha porta.
Por isso para lavar minha consciência ajudei com uns trocados para que a Liga de Moral continuasse seu trabalho. Mas dentro de mim, começou a reluzir volúpias e coisas que só sentia quando era bem jovem.
Para não ser castigado pela ira de Deus, livrei logo minha cara: primeiro ajudei solidificar a moral em minha comunidade e segundo tratei logo de tirar o jardim do meu pensamento e colocar outra coisa na minha cabeça.
Estava diante do sonho de toda minha vida. Ela era nem sequer era bonita: era feita de ternura. Nem sequer tinha lá esse corpo que todos os dias estão nas revistas.Não, ao contrário, não tinha nada disso, mas era meiga e descobri naqueles olhos esverdeados, que parte de minha vida estava ali.
Sugeri que entrássemos no meu cômodo de um quarto e duas janelas. Ela entrou e sentou. tomou um licor de laranja e eu um copo imenso de uísque para tomar coragem.
Ela contou toda sua vida. E nem sei porquê. Nada perguntei ou sugeri que o fizesse.No final,a verdade:ela era mulher de dois homens.
O primeiro trabalhava numa casa de jogos e o segundo apostava na casa de jogos. E ela estava indecisa em optar por qual homem deveria ser o homem dela.
Experiente em coisas de amor, logo me intrometi em sua descrição e disse que ela devia optar pelo melhor - fingimento meu, eu queria que um dia optasse por mim -.
Ela disse que amava aquele que lá trabalhava. Eu retruquei dizendo que devia amar aquele que lá jogava pois, segundo a lei da vida, ganha quem tem mais, perde quem tem menos.
Mas ela disse que amava os dois. Concordei, depois de tomar mais um grande gole de uísque importado.
Então, tranquilo, sugeri que ela ficasse com os dois. Dia sim com um. Dia não, com outro.
O que tinha dinheiro certamente iria ganhar mais e ela se aproveitaria desse dinheiro para pedir emprestado ao primeiro para ajudar ao segundo.
Assim ninguém perdia e ela poderia continuar a amar os dois com com a maior tranquilidade. Mas era ela era atroz como um filme campeão de audiência.
Perguntei se ela não aceitaria um dia sair comigo - e o vasto amor começava -. Ela concordou imediatamente pois o que não falatava ali, naquele momento de dois sofás, era um imenso e grande amor.
Mas - com uma sabedoria implacável, ela só exigiu que eu trabalhasse.
Aposentado há vários anos e vivendo de misérias e empréstimos, concordei de imediato. E eu cá comigo pensei, onde poderia trabalhar?
Ela, parecendo advinhar meus áureos pensamentos foi categórica:
- Você vai trabalhar na Liga da Moral e da Decência !
-Mas logo eu? - pensei - o maior pecador da vila, o mais atroz e sensual homem dado a qualquer mulher? Eu?
- Ela disse que sim. Teria um emprego prá mim. E eu teria tempo de todos os dias para visitar sua casa para prestar contas do meu trabalho e conversar, enquanto o primeiro trabalhava e o segundo jogava.
Então, minha vida mudou da água para o vinho.
Deixei de beber e e de fumar. Larguei todas as amantes da vida e passei a frequentar a casa daquela moiçola incrível - daquela que dá bem-estar no íntimo sexual da gente.
E assim ficou minha vida. Fui eleito logo presidente da Liga da Decência e da Moral de minha vila. Todos os dias namorava Filomena - este lindo e aloirado nome - . E nosso amor foi crescendo e crescendo.Enquanto isso seu amor continuava a trabalhar e o outro a a apostar.No final de alguns meses, Filomena era mulher de três homens.
Enquanto o primeiro amor de Filomena trabalhava, eu jogava com Filomena. Enquanto o seu segundo amor,ganhava tudo no jogo, eu e Filomena faziámos diabruras com as cartas do amor. Coisas que aqui não pode ser ditas em nome da Moral da comunidade, a qual prezo muito, pois sendo presidente, acabei papeando toda a diretoria - toda afeita a um sexo fogoso.
E no final eu não entendia mais nada. O homem que ganhava no jogo deixava sempre um dinheiro na casa de Filomena que sempre me passava, alguns trocados. O homem que Filomena amava e trabalhava mas perdia tudo,a gente também ajudava com o dinheiro do primeiro. Eu, no meio disso tudo, acabei conquistando mais e mais Filomena e toda a diretoria da Liga da Moral e da Decência, todos ávidos em sexo.
No final, exaurido,desminguelado e tomando fortes vitaminas todos os dias, não sabia mais o que fazer, pois cada vez se inscrevia mais mulheres casadas, na Liga. Devido a propagação da notícia, aquilo que era para ser apenas Filomena virou uma zona de mulheres - e alguns homens de moral ilibada também - que a mim se entregavam todos os dias.
Mas Filomena não se importava. Amava agora três homens.
E eu, que cuidava apenas do meu jardim tinha que diariamente dar conta de várias mulheres inscritas - e a cada dia aumentavam mais as inscrições -, todas ávidas pelos bons costumes.
E eu, que pensei que a vida era simples, de uma hora para outra, virou um inferno: toda hora tinha gente na minha porta querendo pagar mensalidade - até mesmo adiantada - na Liga da Moral.
E minha cara, que me ouve com atroz atenção, fique sabendo que Filomena era uma senhora mulher que se escondia atrás daquele ar tímido.Tinha três homens, mas era de uma firmeza moral e tanto!
Além de Filomena, eu tinha que dar conta de outras e outros.No final o que era para ser apenas Filomena eram todos os inscritos na Liga - composta principalmente de mulheres, zelosas em preservar a moral da vila.
Coisa de louco. Mas nunca, nunca numa simples vila, a Liga da Moral e da Decência prosperou tanto, tendo hoje até sede própria.
Continuo presidente, largei a aposentadoria e perdi mais de 10 quilos na ávida sofreguidão em peservar a moral.Passei a jogar na mesma mesa do primeiro amor de Filomena, pois quase sempre que eu perdia, logo recuperava nos braços da eterna Filomena, que merecia até uma estátua em praça pública.
Virei um astuto jogador,mulherengo,voltei a beber,
tinha que me encontrar com quase 4 mulheres por noite além dos carinhos que devia à Filomena. E no final virei cafetão pois usufruia do dinheiro do primeiro amor de Filomena, mas também piedoso, pois ajudava com o dinheiro do primeiro o pobre trabalhador do casino, que viva endividado, tudo com o dinheiro do primeiro e, porque não confessar: o dinheiro para a Liga da Decência e Moral era tanto que sempre sobrava algum prá mim, já que Filomena era uma sábia Tesoureira."
