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Poesias-->Amor na Ribalta -- 08/11/2000 - 11:07 (Fernanda Guimarães) |
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Amor na Ribalta
Estive nos arredores da loucura
Buscando a razão de amar-te tanto assim...
Debrucei-me sobre nossos enredos,
Quando num toque sutil e fugaz,
Tuas mãos, as minhas afagaram
E meus tremores roubaram a cena...
Teus olhos, em mim esquecidos,
Beberam dos meus néctares...
Sabores nos bastidores da vida
Realçaram nossos cantos e hinos:
Ensaiei célicas palavras e encantos
Nos recantos do meu coração
Desafiando o palco da emoção...
Mas desafinei em busca da perfeição:
Não sou ator, sou natural no amor...
Cansado dos longos monólogos
Que espelhavam meus passos e sombras
Nas fotografias insones da saudade
Saí em busca do êufono, cetíneo diálogo
Que somente tua voz podia reconciliar...
Protagonizei em teu corpo meu sublime papel
Roubei-te então carícias, beijos e suspiros
Enlacei-te num cenário inflado de amor...
Na ribalta, nossas bocas, cúmplices
De um antigo ritual de feitiços,
Entrelaçaram-se vertiginosamente,
Aplaudidas sob as luzes rutilantes do amor...
Na febre dessa prosa sem verbo
Numa noite que apenas começara
Tuas mãos mambembes em minha pele
Percorreram-me em todas as cenas e atos...
Desejos de ti ainda me perseguem
Em sonhos acordados no teu perfil...
Meu amor, sem prólogo nem epílogo,
Abre as cortinas do meu corpo
Para contigo novamente contracenar...
© Nandinha Guimarães e Jean Pierre Barakat
Em 07.11.00
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