Quando ouço esse caso
Fico triste de verdade,
Vou passá-lo pra vocês
É a pura realidade,
Aconteceu com uma mulher
Que nunca mais quer
Voltar para aquela cidade.
A cidade que me refiro
É bem pequena e pacata,
Fica em Minas Gerais
Lá na Região da Mata,
Onde o Trem de Ferro pára
Desde a "Maria Fumaça",
E o povo não conta bravata.
Essa mulher, uma capixaba,
Tinha por lá uma parente,
Foi um dia visitá-la
Depois,despediu-se contente,
Voltando para Vitória
Contou a sua estória
Que entristeceu a gente.
Ela estava na Estação
Onde o trem sempre pára
Só por cinco minutos
Demorar é coisa rara,
A mulher não tava se aguentando
Em pé, quase se urinando,
O trem muito demorara.
Foi ao banheiro bem rápido
E para a plataforma voltou
Notou que o trem já ia
Bem longe e nem apitou,
Tinha parado na Estação
Só cinco minutos, então,
Foi aí que ela se danou!
Ficou chorosa num canto
Veio um mineiro,compadecido,
-Purcaus diquê quí tá chorãno?
E ela, mesmo sem ser conhecido:
-Moço, é que eu fui urinar
Quando ví,o trem tinha partido!
O mineiro sem nada entender
Foi falando logo e decidido:
-Vai, dona! Num tô entendêno,
Isclarêça mais bem isclarecido,
Isplique dirêito pra eu...
Será qui a sinhora num nasceu
Com esse trem já partido???
* Paulo Márcio Bernardo e José
Januzzi(amigos/mineiros/usineiros),
não me deixam mentir!