SONETO AO MAIS PURO AMOR
De toda sorte, dá-nos a vida surpresas,
A fazer parecer que nos tocou o acaso,
Sem que nós, por vezes, de tal façamos caso,
Já que, conhecidas, são suas sutilezas.
Mas, a cada tempo, se liga cada azo,
Nesse mundo de variadas incertezas,
E, qual se filtrasse do ar as impurezas,
Da solidão, nos permite ver o ocaso.
Foi dessa forma que me presenteou o fado,
Sem que eu tivera, por meu turno, merecido,
Ao dar-me o amor que faz belos os meus dias,
A felicidade, que só tu me darias,
Essa ternura, que eu canto, comovido,
O prazer sem fim, que me faz apaixonado.
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