Nos meus tempos de menino
Muita coisa se parece
Com a infância de Virgolino
Quando lembra se envaidece,
Eu ia vigiar uma menininha
Tomar banho sem calcinha
Sem que ninguém soubesse.
Também, em certa árvore
Eu ansioso trepava
Era a visão do paraíso
Que tanto necessitava
Algumas vezes, um galho fino
Igual aconteceu com Virgolino
Para o chão me arremessava!
Noutra semana lá estava
Minhas priminhas esperando
Com o calção já arriado
Calos na mão estourando...
Partiu-se o galho da ingazeira
Perto d´água, numa capoeira,
Fui já me esborrachando!
Muitas vezes foi gostoso
Essa travessura sadia
Eu até fico desconfiado
Acho que alguma delas sabia
Que lá naquela ingazeira
Uma cobrinha traiçoeira
De apetite, quase morria!
Aquele tempo foi bom
Hoje isso não mais existe,
Embora,ingá tá lá...o menino,
A menina, tudo muito triste
Eu ainda mais abatido
Igual o Virgolino, desiludido
Não sentindo aquilo em riste!
PS: José Virgolino de Alencar
Peço logo me desculpar
Pela minha intromissão,
Mas, com certeza, ao crescer,
Todos queriam saber o porquê
Do grande calo na sua mão!!!