PARAÍSO EM VIDA
Se acaso me não fora dado amar-te,
Onde buscar essa alegria imensa,
Se não tivera, comigo, tua presença,
Como exercer, da poesia, a arte?
No peito, notória seria a diferença,
Se em meus versos não pudera retratar-te,
E como iria proceder, então, destarte,
Tendo minha alma à solidão propensa?
Haveria de ser, a minha poesia,
Da mais profunda tristeza acometida,
Mas quis a inexorável força do destino
Que tu me desses da felicidade o tino,
A fazer paradisíaca minha vida,
Pura, livre da dor e da melancolia.
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