Coluna do Machadão de 23 de março de 2003
O encontro entre Saddan e Blush ....
Machadão estava logo cedo na redação quando o telefone tocou.
– Alô, disse ao atender o telefonema.
- Você está só?
- Quem fala?
Aqui é o Mr President Bush
Machadão pensando que era trote, aceitou uma possível brincadeira e foi logo dizendo:
E daí? Aqui é do Vaticano e estamos mesmo querendo falar com o senhor.
Mr President Bush, insiste aqui sou eu o Bush e estou ligando do salão oval da casa branca em Washington. Irei dar um sinal de ok, como vocês fazem aí no Brasil levantando meu polegar e deixando a senhora da maquiagem colocar um pouco de laquê no meus cabelos antes do discurso que irei fazer. É só você ficar olhando e irá acreditar. Se ainda tem duvidas ligue para meu telefone direto o 01-000001-01-01-01 ... o resto não sei porém como jornalista investigativo você sabe tudo, OK?
Machadão ficou pensando, quem será este louco passando um trote? Deixa eu continuar aqui minhas anotações no caderno de rascunhos:
In God we trust
In Gold we trust
In Oil we trust,
aí começou a pensar novamente na mulher do bilhete anônimo que não tinha falado nada, nadica ...
Por que me faz sofrer, my God! (será que posso usar esta expressão agora que o Papa proibiu o Bush de usar a palavra de Deus nos seu pronunciamentos.
O telefone toca de novo, Machadão pensa é ela, a minha musa apaixonada. Que nada! Do outro lado da linha se ouve:
Aqui é o Mr President Bush, novamente. Mr Jornalista Machadão, você viu que dei os dois sinais combinados na GloboNews que retransmite tudo, sobre a guerra, que a CNN passa ?
- Vi sim, responde Machadão.
- E não telefonou por que? Estou no maior sufoco
Machadão irônico como sempre, falou:
Sufoco mesmo, imagino.
Enquanto isso pensa na anônima do bilhete. Seria aquela gostosa de quase 2 metros de altura, que encontrara no ônibus 212 da Vila Haro para o shopping?
Fale então Mr President Blush, o que deseja, qual é o sufoco.
Bush faz que não ouviu o BLUSH e responde: esta é uma oportunidade única, um furo de reportagem que só você pode fazer, digo intermediar.
Eu quero, digo preciso de encontro com o Saddan.
E isso é URGENTE!
Peço encarecidamente, me ajude pleaseeeee.
Está louco, questiona Machadão!
- Não senhor! É que você é tão inexpressivo e desconhecido que ninguém iria desconfiar e o local seria naquela cidade onde nasceu o novo presidente, no agreste de Pernambuco, o que acha?
Isto não é jornalismo, é consultoria ou mesmo cafetanismo (serei um cafetão arrumando encontro para vocês). Olha Bush os tempos tão bicudos e apesar de você ser uma pessoa tão gentil, polida e generosa como és, tenho reputação a zelar.
(ah que saudades, começa a cantar baixinho: a roupa no varal, feriado nacional ... )
E logo no agreste, se o delegado ... que roubei a calcinha vermelha do varal ... que expulsou-me da cidade por minhas estripulias souber, ele me mata.
Não se preocupe com isto nem isso, arrumo um cargo para ele no FBI.
Machadão retruca, para chegar a Saddan, digo ditador falta muito pouco ....
Qual seu objetivo para este encontro?
Bush responde, conseguir uma promessa do Saddan que ele trate os soldados da aliança anglo saxão, sejam tratados de acordo com a conferencia de Genebra que prevê tratamento humanitário para prisioneiros e feridos de guerra.
Machadão pergunta, da mesma forma como o senhor respeitou a ONU?
Bush: Aprenda uma coisa meu filho, Manda quem pode e obedece quem tem juízo , e naquele momento era eu que mandava ... e ainda estou sendo bonzinho ... rs.
É para rir mesmo concorda Machadao.
A coluna do Machadão, falando do encontro BLUSH, sorry Bush vs Saddan, continua amanhã ...
Boa noite
Douglas Lara - Editor
Acontece em Sorocaba
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