RENASCER
Lancinante chega a ser a dor,
Inda que em belos versos descrita,
Que acomete um dia o coração,
A gerar lágrimas em profusão,
A alma se faz inquieta, aflita,
Ante a dura perda de um amor.
Até mesmo o sol nos nega a luz,
Tudo tem coloração cinzenta,
Nosso íntimo se faz descrente,
Nada existe que afugente
O mal que contra a paz atenta,
Carrega-se pesada cruz.
Mas há sempre uma esperança
Aos que se não deixam abater,
Algum alento se anuncia,
A força incomum da poesia
Faz-se presente, a reerguer
O ânimo, restaurar a confiança.
E, cedo ou tarde, eis que acontece
De, novamente, abrir-se o coração,
Envolto em manto de esplendor,
Aos sublimes desígnios do amor,
Trazendo à vida nova emoção,
Um brilho que nos olhos resplandece.
Abre-se, então, um novo caminho,
A vida como que se ilumina,
Tudo tem um toque de sutil beleza...
Não mais nos aflige a sombra da incerteza,
O amor, em sua plenitude, nos ensina
O bem estar sem fim de não mais ser sozinho.
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