Zé Dantas e Virgolino
Depois da luta travada,
No cordel, com a viola,
Com voz bem apurada,
Saiu hoje o resultado:
Dez a dez,placar anunciado
A porfia acabou empatada!
Domingos Oliveira Medeiros
Falou que seria "em buchada",
Eu então aí já declinava:
-Será uma comelança arretada,
Geraldo Lyra com maestria
Disse que essa porfia
Acabaria mesmo empatada!
Os dois são paraibanos
Zé Dantas lá de Pombal,
Virgolino entregou os pontos
Para o amigo sempre leal,
Ofensa de nenhuma natureza
Cartas colocadas na mesa
Numa disputa bem legal!
O leitor saiu ganhando
Nessa batalha cordelista,
Virgolino, cabra da peste
No repente, um recordista
Zé Dantas, um cobra criada
Numa arte bem cantada...
Ambos não deslizam na pista!
Não terminou em buchada
Prá isso eu tava torcendo,
Mas também "em patada",
Êles estavam merecendo,
Em patada, no bom sentido,
Prá comer, podem contar comigo
Pra Paraíba já vou correndo!
Não vale trocar a patada
Por carne de sol,de Picuí,
Se a buchada não saiu
Só vou viajar até aí,
Se tiver pato na panela
Muito pirão na tijela,
De sobremessa, quero açaí!