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cronicas-->Descer aos Infernos -- 13/04/2003 - 09:22 (Ivan Guerrini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Sombras, sonhos ruins, situações lamentáveis, ambientes sombrios, desesperadores. Parece que o chão vai embora, doenças que ameaçam chegar e o medo aterrador que toma conta. Nesses momentos, racionalmente o belo e o lúdico ficam impossíveis de se alcançar. Que mundo é esse? Seria aquele experimentado pelo Mestre quando "desceu aos infernos ao terceiro dia"? Seria aquele simbolizado pelo planeta Plutão, o rei das sombras e do inconsciente mais profundo? É por isso que todo trànsito de Plutão é profundo e arrasador? Como aquele de Plutão em conjunção com minha Lua natal? E justamente para um canceriano? Ir à região das sombras realmente não é fácil, não dá para explicar, apenas classificar. Mas quem é que sobe aos céus sem antes ter descido aos infernos? Parece que é a limpeza necessária antes de experimentar o sabor da alegria plena. Seria esse o símbolo dos três dias no seio da terra que o Mestre passou? Ou os três dias no ventre do grande peixe que Jonas curtiu? Seria, assim, parte do arquétipo coletivo que todo ser humano deve passar? Sem isso, nada de paraíso, ouço meu Anjo da Guarda sussurrar em meus ouvidos nesta manhã do Dia do Senhor. Afinal, Fernão Capelo também não teve momentos de Sheol? Quando ele fora humilhado pelos pares e ainda assim seus vóos de libertação eram insípidos e carregados de experiências desastrosas? Foi somente sua perseverança que o alçou aos céus da espiritualidade, até que encontrasse sua turma. Passar pelas sombras dos infernos parece necessário a todos aqueles que empreendem a viagem mais desafiante da vida: conhecer-se a si mesmo! O dragão do medo está sempre à espreita para usar de todos os artifícios para dissuadir o aprendiz de mago. Sim, porque todos temos essa semente dentro de nós. Somos magos, ou como disse o Mestre, somos deuses. Mas quem é que decide e aceita deliberadamente passar pelo cadinho da purificação, aquele que atinge o íntimo, a essência e, portanto, desinstala e quebra dogmas e paradigmas? Quem é que aceita esse convite de "tomar sua cruz" nesse caminho que não é masoquismo, mas uma busca tão profunda quanto incompreendida? Do ponto de vista dual, a descida aos infernos continua sendo ruim e vista como aquela que deve ser evitada a todo custo, porém na visão integrativa de um sistema vivo que cresce para o infinito e se abre a todas as intempéries da vida, o Sheol é apenas um porto, passagem necessária para se chegar ao paraíso. Nessa visão, Plutão é benéfico, pois purifica, transmuta e limpa todos os resquícios do negativo guardado no inconsciente para preparar a chegada do profundamente novo. Por isso, é que Plutão, muitas vezes, simboliza a morte e a descida os infernos e é também simbolizado pela fênix, a ave que renasce das cinzas. No início desta Semana Santa, nada mais adequado que meditar no significado do sofrimento que, se bem compreendido, deve servir para levar à vida que renasce em plenitude.
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