São Pedro, meu amigo
Da barba não aparada,
Estou vendo muita água
Vê se dá uma regulada,
Tá abrindo as torneiras
De forma descontrolada!
O negócio tá muito sério
Não é para brincadeira,
Pesoas jazem soterradas
Debaixo da ribanceira,
Que desliza com a água...
Pedro,vê se pára de asneira!
Sei que nossos córregos
Estão todos assoreados,
Também sei que os lixos
Nos valões são jogados,
Mas Pedrão, dá um tempo,
Já estamos desorientados!
Aqui temos um serviço
Chamado de metereologia,
Agora fica anunciando
Chuva quase todo dia,
Meu amigo e nobre Pedrão
Páre com essa covardia!
Temos na Usina de Letras
Muitos amigos estudados,
Engenheiro, profesor, médico...
Também muitos advogados
Que já falam em lhe processar
Pelos danos à nós causados!
Conversei com os causídicos
(data vênia),encontrei solução,
A justiça é muito morosa
Vai demorar um tempão,
Vou aí resolver pessoalmente
Na sua barba darei um puxão!
Chuvas no Espírito Santo
Também nas Minas Gerais,
Em São Paulo, nem lhe falo,
Quando chove, é água demais,
Fico em casa e muito tenso:
Não é só chuva, são temporais!
Eu sei, eu sei, não adianta
Ficar aqui só reclamando,
Você não é o unico culpado
As matas, estamos queimando,
E até pneus de automóvel
Nos valões tem gente jogando!
Mas amigo, me ouça mais
Lhe tenho grande respeito,
Por isso êsse meu pedido
Nas torneiras dar um jeito,
Se abrí-las mais devagar,
Eu já ficarei satisfeito!
Também tenho uma sugestão
Que vou agora apresentar,
Se êsse aguaceiro danado
Tiver mesmo de continuar,
Distribua essa chuva melhor:
Pro Nordeste,um pouco mandar!!!