CARTÓRIO DE PROTESTO DO USINA DE LETRAS – Aos treze de maio de 2002, compareceram em juízo os Senhores Anônimos, Beltrano , Cicrano e outros Fulanos, acusados de cometerem atos de insensatez crônica. Valem-se, para seu prazer doentio, de expressões pornográficas, palavrões superados e fora de contexto, apologia ao sexo mal feito e às drogas bebidas, fumadas, televisadas, ditas e ouvidas, no ritmo do que se convencionou chamar de pocotologia e porno-ortotografia, que nada acrescentam ao mundo dos seres civilizados, dos que se amam e dos que se respeitam.
Gente que não se nomeia ou se outorga procuração, posto que falam em nome próprio, pela via do palavrão gratuito e sem adequação. Rezemos por estas criaturas, que não sabem o que escrevem.
Lido e relido os autos, os réus serão, mais cedo ou mais tarde, incursos nos artigos que condenam os que praticam atos contra a natureza das coisas, da vida, das artes, do belo, do amor e da fraternidade, sem que tenham, os réus apresentado razões de ordem técnica ou legal que justifiquem tamanha insensatez.
Condeno o réu a um ano de reclusão, em regime fechado, e sem acesso aos computadores, tintas, canetas e papeis que possam provocar uma recaída.
Custas e reparos de danos na forma da Lei. Perdoai, senhores; eles não sabem o que escrevem e nem o que pensam.
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