Quando você saiu
a saudade entrou de sola,
inudou a minha casa,
foi baixando a minha bola.
Sem mais nada pra fazer
(nada, nada me consola)
fui pagando pra ver
onde é que isso vai dar
e sigo contando as horas.
Quando a saudade entrou
junto com a tua partida
seu cheiro logo inundou
cada pedaço da vida.
Segui de nariz empinado
farejando seus vestígios,
e com o olfato apurado
isso foi virando vício.
Fui cheirando o ar
igual uma gata no cio,
cheirei tudo sem parar
e agora eu até mio...
Seu cheiro não sai de mim,
Sua voz que adoro ecoa
em cada canto da casa,
vou ouvindo ainda que doa.
E dói. Uma dor desesperada,
que vai cortando por dentro,
que corta à faca e espada
e vai sangrando e doendo
mas vai curando a ferida
que ficou assim, aberta,
desde a hora da sua ida
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