Deles quero me apossar de novo. Sim, daqueles sonhos que me encantaram na infància, adolescência e juventude. Que me faziam sorrir e alegrar o ambiente onde entrava, qualquer que fosse. Aqueles que me fizeram escrever no vidro traseiro do novíssimo e "chique no úrtimo" Chevette branco de 76, a frase SORRIA, tão apreciada por mamãe. Onde estariam esses sonhos hoje? Desfizeram-se? Dissolveram-se? Hoje, ao meditar no por do sol avermelhado, senti definitivamente que não, claro que não. Talvez tivessem ficado guardados a sete chaves no sótão de meu subconsciente, dentro de uma caixa de tesouro escondida, inviolável até segunda ordem. As agruras da vida adulta os embotaram, afastando-os daquilo que o mundo clássico define como realidade. Pois bem, depois de décadas quero-os de volta. Decido por mim hoje, e, bem mais consciente, uso a Quàntica e escolho outras realidades, diferentes da amorfa, aquela preferida por nove entre dez doutores da lei. Ou poderia dizer, professores doutores. Não quero exatamente os mesmos sonhos, dos mesmos jeitos, mas renovados, purificados, transformados, transmutados, evoluídos. Volto ao passado para buscá-los. Quero os meus sonhos de volta, sim, e sei que posso tê-los. O clássico mórbido insistiu para que eu os trocasse por medos, fantasmas e traumas também do passado, os quais estavam dormentes, e eu o fiz durante muito tempo. Agora, chega! Basta! Cumpri a lição de casa, como queriam os castradores pregando nos púlpitos da vida, da pseudo vida, e perdi a alegria contagiante, uma de minhas características. Hoje vejo que posso recuperá-la, graças ao Bom Deus, cuja concepção passou por grande reformulação dentro de mim. Do que tenho no baú do inconsciente, quero tirar as alegrias novamente, o gosto pleno pela vida verdadeira. E olha só, por mais que existam negativistas e pessimistas, materialistas e incrédulos neste mundo, só depende de mim. Agora entendo melhor o "ninguém vos tirará a vossa alegria" de João 16, 22.
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