Usina de Letras
Usina de Letras
290 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62174 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50577)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->DESAFIO VIRGOLINO X DANTAS -- 27/11/2006 - 17:27 (José Virgolino de Alencar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Agora vou enfrentar
o poeta Souza Dantas,
homem de obras tantas
que não dá para contar.
Mas vou lhe desafiar
para uma cantoria,
hoje, amanhã, qualquer dia,
meto o dedo na viola,
boto Dantas na sacola,
acabo a sua valentia.

Sei que Dantas é parada
dura para pelejar,
sabe muito bem cantar
numa viola bem tocada.
Mas lhe dou uma estocada
no meu verso arrevessado,
deixo-lhe todo enrolado
vendo estrelas e visagens,
nunca mais nestas paragens
Dantas será encontrado.

Por me chamar Virgolino
pensam que sou Lampião,
cangaceiro valentão,
chefe de bando assassino.
No fundo sou bom menino,
não sou chegado a intriga,
mas em uma boa briga
quando entro, dela não saio,
fico de pé, jamais caio,
lutar não me dá fadiga.

Dantas vem de Pombal,
terra de grandes poetas,
de rimas fortes, concretas,
não é fácil fazer igual.
Mas sem querer ser o tal,
ouso ir no seu terreiro
mostrar que sou um ferreiro
onde não é de pau o espeto,
quando pego o ferro e meto
em cabra que se diz macho,
corto-lhe o fruto no cacho,
jogo no fogo e derreto.

Réplica de Dantas:

VIRGOLINO me convida
para o grande DESAFIO,
querendo mostrar seu brio
durante toda investida;
quem inicia a partida
está disposto a lutar,
mas comigo vai topar
uma parada ferrenha,
por mais arte que ele tenha
não chega a me superar.

O seu nome é VIRGOLINO,
mas não é o LAMPIÃO,
cangaceiro, valentão,
chefe de bando assassino,
que no sertão nordestino
enfrentou muito combate;
mas VIRGOLINO é um VATE
que provoca um DESAFIO,
e esse seu poderio
no verso não me abate.

Foi logo me escolhendo
para enfrentar essa briga,
disse que não tem fadiga,
é um lutador tremendo;
todo mundo está torcendo
por essa competição
e assistir à atração
no decorrer da PORFIA,
vendo quem mais digladia
para ser um CAMPEÃO.

VIRGOLINO é professor,
um poeta de destaque,
no verso fez um ataque
como DESAFIADOR,
eu lhe enfrento sem temor,
sabendo que é valente,
mas não passa em minha frente,
no duelo eu lhe domino
provando pra VIRGOLINO
que não vence o meu REPENTE.

Minha Tréplica:

Como eu já esperava
Dantas veio ao desafio,
eu escapei por um fio,
quase me atrapalhava.
Porém forte eu estava
e como a sorte me abona
voltei com vigor à tona,
soltei o verbo e a rima,
de baixo passei pra cima
e fiz Dantas ir à lona.

Contando de um a dez,
no dois Dantas levantou,
pra mim sério perguntou:
"O que achas que tu és?"
e olhando de revestrés
puxou o som da viola
como craque faz com a bola
fez firulas com o verso,
rebati com verso reverso,
acertei Dantas bem na cachola.

Com fôlego de sete gatos,
Dantas não se entregou,
achou força e voltou
chamando às vias de fatos,
dizendo ter poderes natos
pra massacrar qualquer um.
Porém em momento algum
eu entrego a rapadura,
dou revide à altura,
não temo cantador nenhum.

O desafio continua,
a luta não se extingue,
chamo Dantas para o ringue
em casa ou mesmo na rua,
minha verdade é nua e crua,
não vou correr da parada,
meu verso é como facada
que esfola o contendor,
que o deixa sentindo dor
de tanto levar pancada.

Re-Tréplica de Dantas

Minha FORÇA impulsiona
pra vencer o DESAFIO,
bato, rebato e não chio,
minha arte funciona,
meu contendor vai à lona,
ao nocaute e desanima,
arrepende e se lastima
não poder mais relutar,
VIRGOLINO vai chiar
e dou a volta por cima.

VIRGOLINO se atola
no começo da passada,
entra numa encruzilhada,
se desmantela e se enrola,
derrapa e pisa na bola,
vai logo se esmorecendo,
não sabe o que está fazendo,
levanta e leva tropeço,
APANHA desde o começo,
cai e finda se rendendo.

Não tenho medo nenhum
de VIRGOLINO que jura
enfrentar paraDA dura
e superar qualquer um,
diz ser fora do comum,
fica arrotando vantagem,
contando mais pabulagem,
querendo me dominar,
mal começa a pelejar,
se esfria e perde a coragem.

VIRGOLINO não viu nada,
fica no RINGUE ciscando,
pensa estar me intimidando,
mas não suporta pancada,
pula, roda, faz zoada,
se gaba e se inquieta,
com a cara de pateta,
surpreso, fica em suspense,
se esforça, mas não vence
a FORÇA deste poeta.

Conclusão de Virgolino

Vem amnhecendo o dia,
o cansaço está chegando,
Dantas, mais jovem, cantando
sem enfado, com energia,
prova-se imbatível na poesia,
vi chegada a minha hora
de dar adeus e ir embora,
recolher-me ao meu ninho,
sair dessa de fininho,
levar paulada? Tô fora!

Entrego o troféu a Dantas,
com certeza, merecido,
de cordel grande entendido,
suas poesias são tantas,
nem ele saberá quantas
boas obras escreveu,
afinal, Dantas bebeu
a água limpa da cultura
de Pombal, terra madura,
onde estudou e aprendeu.




Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui