Todo dia, o jovem Lico, troteava mansamente,
sua égua companheira, à tardinha lentamente.
Piazito tão miúdo que do chão sempre olhava
a crina da Lubuna, que nela ele pegava
e seguia com a lida e o gado rebanhava.
Com uma baita alegria ia tropear diariamente
a pedido de seu pai, que seguia prontamente.
Todo gado lá pro pasto, a rotina era levar,
pois o mesmo precisava, ir pra lá pra engordar.
Já bem perto do almoço, quando vinha da escola,
mal corria para o rancho e jogava a sacola
engolia qualquer coisa e corria pro quintal,
pra encontrar a égua mansa que outra não tinha igual
Sua égua companheira, já estava junto ao poço
esperando o ginete que já vinha lá do almoço
e o menino muito ágil a pegava no pescoço
com a ajuda do estrivo, lhe pulava no seu dorso.
Todo o dia a mesma hora, sem pesar ou aflição,
bem sólito na tarefa, ia seguindo a tradição,
que já vem de outra era, cumprir a obrigação,
e o gado rebanhar pra manter a criação.
Na corrida deu-se o fato, que segue aqui a narração,
no campo, mal chegara, iniciou a confusão
a boiada em estourada, vinha em sua direção.
Não sabia o sucedido que fizera a confusão,
se o ataque de um cachorro ou qualquer assombração.
Com o estouro da boiada o susto foi bem grande
e o jovem em dispara correu mais do que pode.
Por descuido ou afobação, na hora do arrepio
o cavalo pisou falso e saiu para um desvio,
mas pisou no formigueiro e esse era macio.
De vereda o jogou longe e afundou logo depressa
e o jovem cavaleiro, foi ao chão logo com a testa.
Na invernada muito grande, só pinheiros a lhe olhar
e o menino em disparada foi tentar se abrigar.
Sem saber pr’onde correr, só via a multidão
de pinheiros tão pequenos, e viu a solução:
foi trepar bem lá no alto pra sair logo do chão,
mas não viu que era uma lixa, toda aquela plantação.
Embora espinhado, abraçado pelo arbusto,
a dor que foi sentida, foi menor do que o seu susto.
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