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Poesias-->ESPELHO DA VIDA -- 28/09/2004 - 18:54 (Valéria Nagy) |
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Eu que nasci do mar
Indefesa, presa fácil, natureza
Eu que já fui coruja
Cega, espalhando meus gritos pela noite
Eu que já fui escrava
Crédula, incerta, assalto do assaltante
Eu que já fui coiote
Esperto, uivando à caça do cio
Eu que já fui o infarte
Entupi veias, bloqueei a passagem
Eu que já fui martírio
Açoite, chicote a rasgar a pele
Eu que já fui coragem
Luta, bravura, bandeirante errante
Eu que já fui o engano
Tolo, incerto e desastroso
Eu que já fui tigresa
À procura, lenta e certeira
Eu que já fui o amor
Perfeito, acalento desejo
Eu que já fui um urso
Pesado, em meses hibernando
Eu que já fui a faca
Afiada, cruel e malvada
Eu que já fui a droga
Vício, entorpecendo mentes
Eu que já fui a dor
Angústia, lançada em tortura
Eu que já fui casulo
Latente, em espera dormente
Eu me tornei borboleta
Linda, iluminando ambientes
Eu que serei a luz
Sedutora, mística acolhedora
Eu que serei o som
Do silêncio, um barulho imenso
Eu que serei o corvo
Negro, misterioso, assombroso
No fim, eu voltarei ao mar
Como onda, brincando nas marés
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SP 28 de setembro de 2004
Valéria Nagy
www.valerianagy.com |
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