O poeta Cazuza já dizia que "Quem tem um sonho, não dança". Sou obrigada a concordar com isso.
Quem é guiado por um único ideal na vida, não sai da linha e persiste na busca até alcançar a sua estrela. O caminho tortuoso não assusta quem se leva pelo coração, e é menos tortuoso quando o sonho é verdadeiro e brota de dentro da alma.
Desejos temos muitos na vida: desejo de ter um corpo ideal, sem celulite, sem estria; desejo de viajar para uma ilha paradisíaca e lá encontrar um deus grego que te tire do marasmo de uma vida solitária; desejo de poder entrar numa DKNY e levar tudo sem perguntar o preço.
O sonho é algo mais complexo, muito mais espiritual e menos consumista.
O sonho surge com a única intenção de nos tornar seres humanos felizes e completos; e alcançá-lo é um prazer que nos acompanhará eternamente. Nas maiores desgraças, lembrar-se de algo conquistado serve como excelente consolo e nas horas felizes, eles vêm para nos lembrar de que somos capazes de muito mais coisas.
Um sonho nutre a alma, povoa pensamentos e traz inspiração, além de uma força inexplicável que te lança à s alturas e te dá a segurança de que você nunca vai cair.
Acredito que os sonhos sinceros e honestos (virtude de todo sonho) sempre se tornam realidade, desde que quem sonha acredite nisto e lute para tanto.
Eles são uma provação: só é merecedor da concretização aquele que se empenha para alcançá-lo sem jamais desanimar.
O direito de sonhar é o único que não pode nos ser retirado. O corpo pode ser paralisado, preso, destruído mas a mente não pode ser impedida de trabalhar e o coração, de imaginar feitos e de sonhar. Preservar esta capacidade e exercitá-la é mais do que uma obrigação. É uma necessidade de todo ser humano.
Uma vida descrente, sem imaginação e ambições é uma vida não vivida. Ser muito realista é prejudicial, paralisante e restritivo.
Quem nada quer dos seus dias não produz nada. Nem a própria vida. Fica vegetando, esperando pelo dia em que finalmente se livrará do triste fardo de ter um cérebro com todas as habilidades que o obriga a sentir emoções.