O sol maravilhoso e as gaivotas, como no best seller de Richard Bach, sobrevoando numa harmonia de causar arrepios angelicais. Era janeiro de 2003, praia dos Ingleses, Floripa. Caminhar pisando na água estava soando como uma benção para mim, flutuando que estava na natureza exuberante. De repente, um som de uma canção antiga e conhecida. Um rapaz, vendedor de praia, nos seus 20 e poucos anos vinha andando célere cantando alto e feliz o "Sapore di Sale". Ah que saudades da Itália... Transportou-me a belas experiências de meu passado ... e quiçá de meu futuro, vindo das dobras do tempo... Lembrei-me: "O sabor do sal no teu corpo molhado saindo da água e vindo bem pertinho de mim me traz o teu sabor...", como se diz na canção. Sonhos de um dia de verão, como diria Shakespere? Como que conectado à dimensão da alegria, o rapaz não se importou com ninguém, com nenhum olhar fixo a ele dirigido. Na verdade, todos pararam de fazer o que faziam, silenciaram, olharam, se encantaram e... sorriram. A praia, já encantada com tantas cores e gente bonita, ficou ainda mais feliz. A natureza acompanhou aquele "se soltar" de um guri que parecia ter mais dom para cantor do que para vendedor. Que gostoso quando alguém faz o que gosta e contagia os vizinhos, de forma construtiva. A fresta entre os mundos se abriu um pouco mais naqueles momentos... As estranhezas da Física Quàntica se tornaram mais próximas e o sutil mais íntimo. Com isso, para os que se abriram à experiência mística, o clássico mórbido partiu em retirada. Depois que ele se foi, cada um pode escolher em qual realidade preferiu continuar.
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