Descomposta
Na garganta a última nota
Descomposta, os gestos loucos
Pela fresta adivinho o seu vulto
E na sombra, vejo a noite engolindo os seus passos.
Em silêncio, como o silêncio do sangue no corpo morto
Em luto, a lua reveste a noite de pálido brilho
Sobre a mesa as sombras caminham como formigas
Nos restos da vida comemorada ainda ha pouco.
Se em meio, da garganta a última nota
Atravessa o espaço esgarçando o silêncio
É que dilacerada imagem recorda Elis
Quando, só, gemia atrás da porta.
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