Meditar é um alimento diário, um teorema a ser provado por quem busca a espiritualidade. Conversar consigo mesmo é um corolário da importància da meditação para o bem-estar. Sair, olhar para as árvores, para as pessoas que passam na rua, pedir por elas e para que suas dúvidas se dissipem, é começar o dia em oração. Olhar para o céu e para as nuvens efêmeras entremeadas pelos raios do sol já resfriado pelo outono, é buscar a conexão com o universo transbordante de energia renovada. Essas são ferramentas disponíveis a muitos, mas que poucos aproveitam. Nesse clima, a conversa em voz alta consigo mesmo pode parecer loucura aos transeuntes, mas segue a linha da autoterapia, aconselhável a todos os que anseiam pela paz interior. E como é bom! Seu uso não prescinde da coragem de se expor ao deboche alheio, ainda que o principal obstáculo seja o próprio ego arraigado aos padrões do passado que classificam essas atitudes como inadequadas, para dizer o mínimo. Para quem se abre a essa aventura, entretanto, quanta graça! Se feito num bosque, melhor ainda, mas qualquer lugar é lugar. Porque essa autoterapia se dá, na verdade, fora do espaço-tempo. E essa conversa consigo mesmo, em última análise, é a conversa com o Deus interior, aquele que nos faz poderosos para vencer qualquer obstáculo. Faz-nos lembrar que, como disse o Mestre, somos deuses. É essa, portanto, uma oração profunda e verdadeira, aquela que abre todos os canais de comunicação com o divino e com as outras dimensões. A leitura de um salmo é muito apropriada nessas horas, mas sempre com mente aberta à s novidades que o universo está oferecendo no dia que amanhece. É preciso estar na zona de criatividade plena do espírito para que a oração faça seu verdadeiro efeito: a unidade com o Deus vivo e criador. Aí não há medo e a confiança de que tudo caminha para o melhor emerge naturalmente. O Deus interior se torna uno ao Deus exterior e tudo se explica sem exigências de explicação. |