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Cordel-->O ELIXIR MILAGROSO, DE NOVO -- 06/11/2006 - 19:00 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O ELIXIR MILAGROSO
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Se o problema for urgente
Caso de hemorragia
Ou mesmo de cirurgia
Fale com o Presidente
O companheiro da gente
Ele está bem preparado
É cirurgião formado
A sua receita avia
A sua dor alivia
O remédio é comprovado

Se é caso de bursite
De coceira ou alergia
Ou de denúncia vazia
Se for falta de apetite
Ou inchaço de artrite
Não demora o resultado
Num instante é sarado
Sem conversa e sem história
A Medida Provisória
O remédio empregado

Se o problema for bucal
Sem ser caso de dentista
Eu vou logo dar a pista
Pra ficar tudo legal
Cala-te boca total
Todo mundo amordaçado
Menos o denunciado
A imprensa é censurada
Liberdade encarcerada
O remédio adotado

Pra fraqueza e anemia
E pra falta de dinheiro
Paciência, companheiro
Com a barriga vazia
Jejum da economia
O feijão tão esperado
Deixe um pouco de lado
Não abuse do almoço
Do angu tire o caroço
O remédio indicado

Se o clima é do nordeste
Evite o sol com freqüência
Tome sua providência
Seja um cabra da peste
Do sertão e do agreste
Não fique desempregado
Faça chover no molhado
Participe da eleição
Não vote no seu patrão
É xarope estragado

Se for caso de amizade
Antiga ou mais recente
O doutor se faz presente
Mostra muita lealdade
Curandeiro de verdade
Defende o denunciado
Antes mesmo de julgado
A receita é costumeira
A medida é certeira
E o remédio é controlado

O elixir milagroso
Não tem contra-indicação
Nem depende de eleição
É perfumado e cheiroso
Um perfume enganoso
Para o infectado
Com febre e resfriado
A medida é provisória
Só não cura a memória
Do placebo antecipado

Para todo e qualquer mal
Memória fraca e propina
Hemorróida e jogatina
Loteria estadual
Ou desmaio casual
Paciente ilustrado
Bem ou mal intencionado
Waldomiro, o paciente
Amigo do presidente
Soro privilegiado

Intestino preguiçoso
Dor de barriga e lamento
Flatulência de momento
O assento bem moroso
No banheiro é custoso
O laxante indicado
A prisão do condenado
Intestino obstruído
Ar preso e comprimido
É de pronto aliviado

A pessoa não se aperta
E nem fica mais trancada
Nem muito tempo sentada
A porteira é aberta
E o sinal de alerta
Logo é anunciado
Solta o penitenciado
Mesmo de crime hediondo
O remédio desce redondo
No Congresso é aprovado

Viva a homeopatia
E o remédio caseiro
Banho frio de chuveiro
A CPI logo esfria
E o resultado adia
UTI do BANESTADO
Merece todo o cuidado
Tem gente grande doente
Com medo, batendo dente
Do remédio anunciado

Doença de todo jeito
Dor de cabeça constante
Situação estressante
Vive acordado no leito
Não se alimenta direito
Só vive preocupado
À espera do resultado
É praga de gafanhoto
Muito rato no esgoto
E vampiro no cerrado

Muita gente adoecida
Prefeito e governador
Deputado e senador
Muita grana escondida
Em paraísos da vida
Muito leite derramado
Nada foi recuperado
O remédio sem efeito
Democracia no leito
O direito difamado

Adoeceu a Justiça
Em nome da economia
Gratidão e covardia
Partindo dessa premissa
O padre rezando a missa
O entendimento errado
O direito usurpado
Na contramão da Ciência
A favor da Previdência
Morre todo aposentado

Medicina evoluída
Vacina da salvação
Resolve qualquer questão
Que aconteça na vida
Basta uma só medida
Pro doente ser curado
Se ele for cadastrado
Não precisa de favores
Fora os trabalhadores
O remédio é doado

Na custa nem um tostão
Para o nobre companheiro
Sobra tudo, até dinheiro
Se for gente do Gabão
Seu amigo ou seu irmão
Para o pobre eleitorado
Que não é conveniado
A solução indicada
É da eleição passada
Remédio falsificado

Por isso, até a eleição
Beba da água salgada
Da fonte da Esplanada
Prepare o seu coração
Não compre outro avião
Tenha um pouco de cuidado
Para não ser enganado
Não tome remédio vermelho
Aprenda a olhar no espelho
E aguarde o resultado

Insista pela mudança
Diga não à reeleição
Chega de continuação
Pois assim a gente dança
Renove a sua esperança
De um futuro melhorado
Que não pode ser clonado
A vacina é urgente
Para o mal do presidente
O Brasil bem governado

Até porque o remédio
Até então indicado
Já está bem saturado
Tanto foi o seu assédio
Que começa a dar tédio
De votar qualquer questão
Antes do fim da eleição
Entupindo o Congresso
Talvez depois do recesso
Ou quando da convocação

Sempre no final de ano
A turma é convocada
Pra receber a bolada
Nós entramos pelo cano
E por debaixo do pano
Acontece a covardia
Pelo trabalho de um dia
Enche o bolso o deputado
Quase nada é votado
E tudo de novo se adia

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