NA FEIRA DO LIVRO
Nilton Manoel - da Academia de Letras de Ribeirão Preto
A profª de lingua portuguesa, resolve levar a sua turma à feira nacional do livro. Combina com todos os seus cinquenta minutos de aula. O evento é próximo à escola. Chegam ao mundo aconchegante de livros,artes,dobraduras, modelagens,tatuagens e literatura de cordel... Todo mundo no marco zero de São Sebastião do Ribeirão Preto,-a praça XV de Novembro... Cenário de lendas e mistérios...Todos envolvidos no ombro a ombro de monogramas escolares de toda a região. A professora inebrida com o cenário elabora aulas diversificadas com tudo que se apresenta a sua volta.Analisa o monumento à "Epopéa de 32",focaliza as históricas figueiras e fotografa... Na fazenda Pau-d!alho tem uma mais antiga!Lembra-se de que já vira fotos de coreto,igreja e cemitério naquele local. Olha para o quarteirão paulista... Há, atualmente, muita história fictícia sobre o local. A choperia não pertence à velha história... Houveram outras firmas de renome no local; o vila,café do Estado e na rua general Osório, a Paulicéia, onde seu avó colecionou as figurinhas do álbum Átlas com cromos da história do Brasil. A choperia compoem a história da outra esquina. Olha a biblioteca Altino Arantes e vê-se atendida pelo José Carlos, na seção de livros circulantes. Circulando nota estátuas de personalidades... Atravessa a rua olha dentro do Teatro e lamenta as duas estátuas que foram retiradas da praça Camões para ornar no Teatro mais um traçado do histórico irreal de nossa história oficial. Anota em sua agenda tudo o que acha importante e interdisciplinar. Fala com livreiros e escritores e com um magnífico poeta de Cordel fica sabendo do centenário da Biblioteca Padre Euclides... O mesmo padre que teve um monumento retirado da avenida Saudade para a Praça Santo António e de lá foi parar dentro do asilo em partes diferentes... O belo pedestal ficou com o santo, defronte da Igreja Santo António. Olha para o "histórico" e polêmico relógio da praça XV e o vê... parado. Olha na tela do celular e apavora-se a aula seguinte está próxima. Chama por sua turma... Grita! Descobre alguns alunos ausentes. Não pode chegar atrasada. Sai procurando de barraca em barraca... Encontra-os na decoração temporária de pele. Brava como todo professor contrariado, imagina todas as punições cabíveis... Nem quer saber se o ECA existe ou não. Normas de !conveniência" devem ser seguidas. De volta a escola inicia o trololó com a diretora. Decidem reduzir as notas dos alunos. Passeio estragado? Não! Os alunos estavam em local de livros e livres para o conhecimento. Não é todo dia que se tem uma praça todinha tomada por livros,autores e estudantes, a enriquecer os projetos de leitura e arte em geral com convívência socio-educativa. Animação plena,inexquecível... Certamente a mestra verificará no correr dos anos...
