Caso de amor!
Não sei não seu moço...
Acho que vou me lascá
Deitei com a fia da patroa
E o patrão qué mi mata!
Eu digo que gosto dela
Mas ele diz:
Vá simbora...
Filho de uma cadela,
Não se achegue não,
Que com aquele punhá
Vô faze você de leitão!
Seu moço, eu sô direitim,
Sô fio de pobre,
Mas nem entro em butiquim!
Não bebo cachaça,
Pra evitá quarqué disgraça
Que eu possa cometê!
Mas si fô preciso seu moço,
Tumbém sei me aborrecê
Sô homi di verdade,
Sei apanhá mas sei batê!
Si ela mi qué...
O distino vai fazê ela minha muié.
E quando nascê os minino...
O patrão vai se arrependê
De querer me matá ô mi batê!
Não quero nada dimais,
Só quero sê feliz
Ao lado da Conceição.
Ela é muié que amo,
A dona do meu coração!
02/11/2006
Paulo M.Bernardo |