Senta-te no cadeirão,
Onde te sentas à mais de meio século.
Não digas nada,
Nunca mereces-te as palavras que dizes.
O silêncio é bom,
Quando não ouço a tua voz.
Torna-se tudo mais limpo,
Os pássaros cantam mais alto.
Deixa apenas a tua respiração por perto,
A tua saliva na boca.
Aquece o teu corpo,
Deixa alma tocar no fundo.
Apenas lamento que seja tudo breve,
Que seja um silêncio pequeno.
Que esteja apenas no virar de folhas,
Do jornal desportivo.
O breve instante antes de ditares palavras,
Perturba o meu ser.
Ainda não estou preparada,
Quando acontece só me apetece partir.
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