Ah, esse homem que chega em noite fria,
E esconde o rosto entre os seus seios,
Beija e versos de amor, ao ouvido, balbucia,
Sentindo-se senhor de reinos alheios.
Depois de um tempo só resta a melancolia
Que a faz recolher-se em tormentosos receios,
De que o esposo ausente saiba que deu,
A outro, carinhos com tanta ousadia...
Esse triângulo a desgraça proclama,
A queda moral da mulher que ama,
Que oculta as marcas deixadas nela
Por esse notívago que chega pela janela
E cria o paraíso entre os lençóis da cama.;
Acende um lume de eterna chama,
Saboreia o fruto e deixa as cascas no chão
Partindo para outra com o mesmo chavão...
09/07/03.
|