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Poesias-->Mãos e nós -- 11/09/2004 - 00:28 (Lizete Abrahão) |
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Mãos e nós
Lizete Abrahão
Mãos que afagam tristezas
Que acarinham belezas
Secam lágrimas furtivas
Deslizam peles, lascivas
Mãos postas como em taças
Colhendo todas as graças
Guardando seios de maçã
Lavando a face da manhã
Mãos de destinos o porto
Que trazem marcas de corpo
Recanto de um triste rosto...
No côncavo guardam desgosto
Mãos que adeusam sem jeito
Ou imóveis sobre o peito
Sagradas num ato de vida
Profanas abrindo ferida
Mãos acariciantes ou de açoites
Extensão do sol ou das noites
Elas falam e calam por nós
Atam e desatam tantos nós
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