Tocando o solo, como se o rejeitasse,
Com a ponta dos pés somente e logo
Lançando-se aos ares. Como se as bodas.
Do telúrico com o celeste, do peso livrasse.
Trabalha em torno e sobre a verticalidade,
Como se unido fosse, por sutil fio, ao céu.
A procura de um sol além do teto do teatro
Vislumbre d’alma, ao corpo inconsciente.
Seu mister é um contrair e expandir sem fim
Repetindo a cósmica respiração do universo
Sustentado pelo ritmo, do coração divino.
Busca da beleza, da harmonia e da graça.
Ainda que bailarino de um tosco circo
Armando sua tenda em qualquer aldeia
Tocar a alma de crianças, velhos e comuns
É um sopro divino de esperança e alento.
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