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Poesias-->Lembranças da Infância -- 02/09/2004 - 15:23 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A chuva caia no telhado,

Na última casa da vila,

Deitada na rede mamãe me embalava,

Contava histórias e sorria.

Enquanto eu imaginava tudo com alegria, o cheiro de perfume da Phebo no ar dançava, envolvia, fazia sonhar.



Mamãe se arrumava para o trabalho. Cantarolava embalando a rede e por uns momentos ela falava comigo...Dizendo assim: Meu filho, se você estudar um dia você será rei, mas nunca deixe de ver o dia. A nossa vida aqui na terra, é rasteira, nunca a gente deve esquecer de sorrir, de viver.



O tempo, o tempo...passou.

Levou embora tanta fantasia, que o folclore quase se apagou.

Levou embora tanta dignidade, que o homem moderno de si se afastou.

O progresso na vida de todos entrou.



A última casa caiu, quando um grande prédio no lugar surgiu.

Os meus amiguinhos seguiram os seus destinos.

Imensas empresas surgiram.

Muitos igarapés morreram e as mangueiras sobrevivem em algores.



As ruas foram asfaltadas, e o Manoel Pinto da Silva não é mais, o maior da cidade.

A vida ficou mais agitada, difícil e cara. Há muitos carros nas ruas, violência e tantas e tantas outras encruzilhadas. As crianças não pedem mais para brincar, e nas esquinas não se inventa mais a vida bela.Vive-se preocupado com a sorte, se vive a um passo da morte.



As praças ficaram vazias, ninguém se apresenta como cidadãos,

As pessoas ficaram nuas,as pessoas ficaram duras.

O mundo todo mudou, o mundo todo parou.



A paz parece uma aversão,

A guerra é invenção da moda, porque os homens de agora, se preocupam mais em ajuntar tesouros na terra, do que semearem o amor nos corações.



Hoje eu estou no passado, por que o presente não é nada animado.

Hoje a vida tem que ser repensada, por que o sentimento, parece que esfriou.

Hoje não sou mais criança, mas vivo como minha mãe me ensinou.



É verdade tudo mudou...a casa, a rua, as horas, eu e você.

Até a saudade, que invade dia após dias, na noite de luar.

Até a chuva, que alimenta os rios, que alegra aos pássaros e todos os telhados dessa urbanicidade.



É verdade...de quem sobrou, bem que poderíamos trocar o mundo, por uma flor.





























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