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Poesias-->Palco -- 05/11/2000 - 12:52 (Fernanda Guimarães) |
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Palco
No palco da vida, enceno-me
Descerro as cortinas do meu camarim
Exponho-me aos meus olhares na platéia
Espelhos silenciosos que me despem
Estilhaçando fantasias e sonhos rotos
Que enclausuraram meu coração de solidão
Retiro minhas máscaras, adereços insanos
Exorcizando os personagens que criei
Rasgo os enredos que tanto me incitaram
E que agora soluçam em letras amorfas
Os acordes do último ato ainda ressoam
Notas musicais plangentes que me olham
Ecoando renitentes em meu corpo
Como os gemidos do mar em uma concha
Apago a efêmera luz, espetáculo que finda
Abandono o antigo cenário, lenta metamorfose
E em plácida espera, estreio-me...
© Nandinha Guimarães
Em 05.11.00
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