"Quando nasci, já encontrei toda a porra zoneada!"
Assim vou seguindo pela vida, bradando em becos, respeitando favelas, bebendo louco em bares e tabernas. Sou um atleta compulsivo. Num quinto de hora fumo cinco maços. Todos os meses, cinco mil cigarros! Então coço a barba, mantenho a calma e tiro sarros, dos que me odeiam. Puxa sacos!
Caso me veja!.. Se me vir por aí, correndo na Tóchiconópolis , dançando em Sodoma, fugindo! Não me chame, ou desconfio! Se me vir, não me xingue, ou sorrio! Pois me neguei aos doze trabalhos e fui expulso da comunidade. Expurgado da geração de tribos.
Surpreendentemente, opus-me totalmente aos sufrágios apocalípticos. Considerado diferente, neste mundo massificado, assassino, sem sentido. Maluco, no país dos indecisos, que não salvam palmas malditas, e nem sei se sou poeta ou bicha!
Devido ao juízo que preservo ainda, à utopia me cerca, e feliz prossigo, criando versos extremados ou atípicos. Acabo aflito, abduzido pelos ventos temidos, que estouram meus tímpanos , quando assim bendigo: experimentando metanol, ou abusando em fique-bem. Mas os amigos se lembram de mim! Seja na merda, ou aquém!
AUTOR: APOLINÁRIO ANÉSIO. |