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Infanto_Juvenil-->PROPÓSITO DE COUROS, OSSOS E OURO -- 06/03/2003 - 18:51 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PROPÓSITO DE COUROS, OSSOS E OURO
Não é a primeira vez que pego algo para ler e tenho que interromper a leitura para escrever as Cartas do Cerrado. Cartas que não contêm antraz. Cartas que às vezes têm endereço certo, mas que não chegam ao seu destino. Só 6% da população mundial tem acesso à internet.
Contudo me consolo em saber que, de qualquer maneira, as cartas farão parte da rede mundial de computadores — a chamada Web. Salvo o terrorismo virótico que infecta os programas e as pode apagar, é bem provável que elas sobrevivam ao antraz, a qualquer tipo de infecções bacteriológicas e ao impacto da terceira guerra mundial se a rede de fato cumprir a sua finalidade conceptiva.
Coincide, entretanto, que na maioria das vezes que a leitura é interrompida, estou a ler um romance da literatura francesa, que, por sua vez, também, na maioria das vezes, discorre sobre a sensualidade das mulheres. Paro de ler e não sei por que me envolvo com um assunto tão insólito como promete o título. Logo couro, osso, ouro!? Seguisse a lógica dos sonhos ocuparia-me com as peruas e as garotas plugadas nos celulares que passeiam pelo shopping. São tantas que nem precisaria freqüentar a área reservada às grandes convenções, aos desfiles de modas, e às reuniões da sociedade, locais que, a propósito, têm o pseudocharme de serem denominados em língua Inglesa. Será Por que?
Mas sempre que o assunto é insólito ou insípido, para justificá-lo escarafuncho a minha memória. A primeira referência vem imediatamente do curtume de Damasceno, por volta de 1964. Curtia couro na cal com barbatimão. Dava um mau cheiro igual aos banheiros públicos de hoje. A Segunda referência vem da expressão couro-grosso, mas que muitos, inclusive eu, preferem dizer couro-duro. Por certo a geração teem que ai está não conhece bem esta expressão. Mas os pais sim. Estes lembram das marcas deixadas no corpo pelos chinelos, cintas, varas e chicotes. Se bem que, depois de algumas horas, sem rancores, davam beijos aos algozes e em seguida retornavam às atividades coibidas. Esse costume fez surgir os couros-duro dos negócios, da política e até das lutas corporais. Quem se lembra do Maguila?
Como dito, couro-duro é uma expressão em desuso. Certamente os psicólogos a abominam. A propósito, osso-duro-de-roer também. Couro-duro era o típico teimoso, diferente de osso-duro, que se referia a uma pessoa otimista, de muita convicção. Eu não sei, mas, segundo o Aurélio, em Minas, tem couro-n´água, que quer dizer pessoas doidivanas. Sei, porém, da expressão couro-velho,” para exprimir apenas botina velha ou com um sentido mais rico, pelo menos para mim, quando usada para chamar Ricardo, apelidado de couro-velho: o bom de bola, o lutador de capoeira, o corredor, o saltador de balizas, o tocador de tarol, de bateria e de guitarra e que, por cima, capinava, faxinava e dava rasteira.
Hoje eu não sei onde está Couro-velho. Couros-duros sei que há vários remanescentes por aí. Lula, Maluf são perfeitos couros-duros. Apanham, apanham e não desistem de ser candidatos à Presidência da República. Alguém querendo me ajudar diz que o Virgílio Galassi e o Paulo Ferrola, por causa das marafundas com as contas fantasmas e o Ministério Público, também são couros-duros. Eu discordo francamente. Eles podem ser até chamados de ossos-duros, mas nunca de couros-duros. Couros-duros são também aqueles deputados que teimam em retirar ossos dos armários os quais deveriam repousar “ad-eternum”. Mas vira-mexe continua chegando ossadas de guerrilheiros mortos em Xambioá ao Instituto Médico Legal de Brasília. No geral, de norte a sul tem brasileiro de couro-duro.
Mas o couro não dá só assunto insípido assim. Não faz muitos dias saiu na primeira página do jornal local um artigo destacando a produção do couro em Uberlândia, os altos investimentos e a exportação do tipo Wet Blue. É sem dúvida uma notícia relevante — de primeira página. Não porque a Alfândega brasileira não consegue explicar a exportação de couros, da ordem de dois para cada rês abatida. Nem por causa de algumas centenas de empregos oferecidos à custa de poluição ambiental. O couro, junto com o ouro, faz parte da condição humana. O couro vestiu o homem primitivo, veste os esquimós e veste o homem do cotidiano.O couro veste a rainha da Inglaterra, a princesa de Mônaco, a socialite carioca e a dama-do-cerrado. Com o couro fez-se a palmilha e a presilha, com o ouro fez-se o botão da presilha. A sandália calçou Cristo e Maomé. Então, pra que brigar?
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