RESPOSTA AO MESTRE EGÍDIO
Roberto Corrêa
Tenho de dar uma resposta,
Ao desafiante Egidio,
Pois escrevo no cordel
Sem pensar em suicídio.
Os cabras lá do nordeste
Só falam em peixeira e morte,
O que me dá arrepio.
Sou do sul, de São Paulo,
Mas filho de mineiro.
Por isso entendo um pouco,
De queijo e rapadura,
De tudo que é bom e dura
E do mais que tem futuro.
Mineiro também é educado,
Nasceu prá ser diplomata
Ou político manhoso.
Eu também sei fazer fita
E por isso acredito,
Na bondade, no bem dito,
Na herança esquisita.
Chega de conversa mole,
E diga o que deseja.
Nada, só explicar,
Que o cordel enseja
Estar no placar da frente
Visto por toda a gente,
O que é uma beleza.
Ou não é, mestre Egidio ?
Você cabra do norte,
Entende bem essas manhas,
Sabe que é preciso sorte
Em toda literatura
Ou prá ter sempre fartura,
Na vida ou no esporte.
Por isso o meu cordel,
Não sei se é bom ou ruim.
Mas vale a pena arriscar
E chegar até o fim.
Não desafio ninguém,
Mas quero a todos mui bem.
Não acendo o estopim.
6-11-01
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