IMAGENS QUE EU VEJO DA JANELA
(MINHA TERRA)
Um dia eu quis voltar
Às terras matogrossenses,
Preparei o coração
Pra viver intensamente,
Saudades tinha de tudo,
Mas não saudades de gente.
Agora estou olhando
Através destas janelas,
E contemplo o céu azul
E as florezinhas tão belas.
Ao fundo vejo os coqueiros,
Com as suas verdes palmas,
De volta vem-me a lembrança,
Aquelas tardes tão calmas.
Quando eu voltava das aulas,
No velho grupo escolar,
Só pensava no instante
De no rio mergulhar.
Descalçava o velho tênis
Todo caiado de branco.
E como uma flecha voava
Em direção ao barranco.
De onde avistava a água
Cristalina do Araguaia
E apenas nos separava
A areia morna da praia.
Hoje estou bem instalada,
Neste hotel que é só conforto,
Olho o rio com tristeza,
Parece que ele está morto,
E o meu banho é no chuveiro,
Onde “mergulho” com gosto.
Pra minha felicidade
Ainda ouço lá fora,
O canto da passarada
Como nos tempos de outrora
Até breve, Mato Grosso!
Amanhã eu vou embora.
(Hull de La Fuente)
Julho de 2005 |
