O dom de amar é como a poesia,
Coisa tal que, em lugar algum se aprende,
Diante dele, nosso coração se rende,
Qual fora envolto em manto de magia...
E não se diga, do amor, que o entende
Todo aquele que o teve por um dia,
Apaixonando-se, em clima de euforia,
Num sentimento vão, fugaz, que se não prende
Ao mais puro, belo e nobre sentimento,
Que em nós plantado, constitui-se na semente,
A germinar, em viçosa e duradoura
Vida – e admitamos que, se assim não fora,
O nosso amor não o seria, propriamente,
De esfumar-se haveria, num momento.
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