QUEM MORRE NO SÁBADO
(Por Domingos Oliveira Medeiros)
Caro amigo Pedrinho
Recebi o seu recado
E saiba de antemão
Que não fiquei chateado
E não vou morrer agora
Quem sabe, faz a hora
E nunca compra fiado
Não posso morrer por hora
Tenho muito o que fazer
Em primeiro de outubro
Vou tentar não eleger
Muita gente incompetente
Senador ou presidente
O meu voto não vai ter
No Brasil não pode ter
Sanguessuga e mensaleiro
Metendo a sua mãozinha
No erário brasileiro
Mandando pro exterior
Tudo sem qualquer temor
Que é isso, companheiro!
E o dono do galinheiro
Com a mesma ladainha
Diz que não sabe de nada
Que se passa na cozinha
Pode até ser verdade
Mas pode ser falsidade
Do nosso amigo Lulinha
Que é gente muito boa
Só que mal acompanhado
Mas não sabe ou não pretende
Desligar-se do passado
Sofre assim o presidente
Com essa turma indecente
Que o tem apunhalado
Seja falso ou verdadeiro
Lanço aqui a sugestão
Que o Lula desista de vez
De tentar a reeleição
O grande sindicalista
É o primeiro da lista
Quando faz oposição
Não foi um bom presidente
Posto que ficou provado
Do seu mandato recente
Não deixará seu legado
Não fez nada que prometeu
Nenhum progresso se deu
Pois nada deu resultado
E o governo assim morreu
A esperança que se adia
É melhor deixar como está
Aquela cadeira vazia
Voltar para o seu caminhão
Lutar contra o mal patrão
Contra toda a burguesia
Como vê, há trabalho
De sobra e acumulado
Serviço extraordinário
Aos sábados e feriado
No domingo não se morre
Mesmo que se tome um porre
Ninguém será enterrado
Como disse o meu amigo
Pelo coveiro tarado
E quem nasce aos “Domingos”
Será bem ressuscitado
A polêmica é inversa
E um pouco controversa
Há também o outro lado
Quem morre aos “Domingos”
A questão aqui se encerra
Não se enterra no domingo
O Domingos é que enterra
No coveiro de plantão
E em quem deu opinião
Faça amor não faça guerra