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Poesias-->Téssera Natura -- 11/08/2004 - 18:04 (Sirlei ) |
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Téssera Natura
Ar, brisa amena
Deita trigo e verbena
Atrevido ávido de cena
Beija colo de morena
Se de ira o corpo inflama
Em torvelinhos crescentes
Tomba azevinho e paliça
Arte futura derriça
Febril tomba a criança.
Terra revirada e úmida
Em tão seca aparente
Gota de gotas clementes
Em prazer, fecunda, funda
Se de ira o corpo racha
Em veios, ao longo da massa
Lânguidos gemidos sofrentes
Raiz que não segura
Fome, solidão e tortura.
Fogo, brasa ardente
Fleuma púrpura incandescente
Em hora de cândido poente
Céu de cor, calor renitente
Se de ira o corpo queima
Em ardor mais que demente
Seca a terra queima a pele
Devora toda a gente.
Água pura corrente
Olho d’água inocente
Rio doce, dorso de serpente
Em cascata corre livremente
Se de ira o corpo arqueia
Em noites de lua cheia
Fundo encrespa em corredeira
Bicho vira, Iara e sereia.
Téssera Natura, onde a mente?
No que eleito é efeito
Que não está excluído
Daquela o próprio sujeito.
Quando em franca travada luta
O verbo conjuga o ser
Debate-se em desatino
Põe em avesso o destino
Do não ser só desfruta
Se de ira a carne cega
A alma arqueia
O corpo inflama
Racha as sementes
Em delírios trementes
As formas se fundem, confundem
Os atos não lhe pertencem.
Mas se do desejo um lampejo
Ilumina o descabido
O sentido recupera
E tecendo nova escritura
Em novo traçado ruma
Ser Téssera Natura.
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