Toda felicidade que, em vão, se busca,
Na incessante faina do dia a dia,
A parecer-nos negada a alegria,
Por vezes a temos, mas algo a ofusca,
Como se reservada a u’a mais tardia
Ocasião, em que, de uma forma brusca,
O tempo, qual artista que a obra rebusca,
Nos apresenta o que se tanto queria...
E nos dá a compreender em que consiste,
Realmente, o dom maior de ser feliz,
Mostrando que sempre vem a ser o amor
O bálsamo que, curando toda a dor,
Floresce, enfim, num encanto que nos diz,
Musa minha, que essa felicidade existe.
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