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Contos-->POR CAUSA DE UMA CANÇÃO -- 06/11/2003 - 10:56 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
POR CAUSA DE UMA CANÇÃO


Dizem que a música é capaz de mexer profundamente com nossos sentimentos. Eu nunca neguei isso. Todavia, no momento em que ouvi aquela canção, eu comecei a experimentar sensações a muito esquecidas.
Estava, como quase todos os dias, no trabalho, cuidando de meus afazeres. O rádio ligado na mesma estação de todos os dias. Às vezes, eu nem me dava conta de que estava ligado.
De repente começou a tocar uma canção. Não me recordo de tê-la ouvido alguma vez. Meus pensamentos, como num flash, foram buscar nos mais obscuros recantos de minha memória uma cena do passado.
Ao longo de anos, esta cena de ter se perdido feito uma velha fotografia no meio de tantas outras que se sucederam. Na verdade, deve fazer décadas que não penso mais nos fatos relacionados a essa cena.
Mas, ao ouvir aquela canção, aquela balada doce, suave, romântica algo muito forte dentro de mim, como numa sucessão de pequenos acontecimentos, fez-me recordar daquele momento remoto de meu passado.
Então eu me lembrei de um determinado dia de minha adolescência em que, pela primeira vez, tocava os lábios de uma jovem de minha idade. Ela fora a minha segunda namorada. Era uma jovem de 15 anos, linda e de uma delicadeza irrepreensível.
Durante o tempo em que estivemos juntos, houve muitos momentos felizes. Alguns mais felizes e marcantes do que aquele que pintava diante de meus olhos; mas, por algum motivo que não sei identificar, foi aquele que a canção buscou em meu passado.
Enquanto a canção era executada, centenas de dias passaram pelos meu pensamento. Tudo numa sucessão rápida com a lembrança de determinados pontos. Eu pude porém reviver naqueles pouco mais de três minutos o quanto fora feliz nos dois anos em que estivemos juntos.
Em minhas lembranças, fixei todos os momentos felizes em que passamos juntos, nos primeiros contatos íntimos, nas primeiras experiências sexuais, na descoberta do prazer, na nossa inocência diante de tantos desafios. Recordei também, ao final de meu retorno ao passado, nos motivos que causaram nossa separação, nos meus excessos de ciúmes, na minha imaturidade em querer anulá-la perante o mundo. Lembrei-me de como fui responsável pelo fim de nosso relacionamento.
Nunca mais tive notícias de Daniela. E isso me deixou triste, muito triste. Senti um aperto muito forte em meu peito, saudade invadiu meu presente. De um momento para outro eu desejei que o passado voltasse, desejei ter o poder de mudar o destino, desejei que tudo tivesse sido diferente. Uma gotícula de lágrima escorregou de meus vermelhos olhos indo parar em meus lábios. Ah, como às vezes o passado nos machuca!
Mas o passado está morto, enterrado e o que está feito não pode se desfeito. Essa é uma grande verdade, daquelas que o homem nunca conseguirá mudar.
A canção acabou de tocar. Contudo, permaneci ainda por um bom tempo com os pensamentos presos no passado. Aos poucos porém, tudo foi voltando ao normal. Então me pus a pensar não mais no passado, mas naquela canção que, por algum momento, arrebatou-me do presente e me transportou até o passado, que me fez lembrar de algo a muito esquecido. Assim, pude ter a certeza de que a música pode operar grandes milagres em nossos pensamentos...
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