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Cartas-->O Brasil soviético -- 17/03/2003 - 18:33 (Winner) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Brasil soviético

Por Sandro Guidalli

Em sua coluna de ontem, quarta-feira, na Folha, o jornalista Luís Nassif relata “conversa franca” que teve com o ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano. Da entrevista, “A conceituação do Fome Zero”, podemos apreender o seguinte:

O governo do PT irá “sovietizar” o interior do país através da criação, obrigatória, de um conselho e de um órgão executor de políticas sociais “que poderá ser a secretaria de Promoção Social ou da Agricultura”. Esta estrutura a ser montada servirá para desmobilizar as prefeituras e concentrar a distribuição de alimentos, cupons de comida, e todos os benefícios de cunho assistencialista nas mãos dos “multiplicadores”, técnicos ligados às pastorais da Terra (MST), Embrapa e Ministério da Educação. Estes agentes do governo federal serão os verdadeiros executores da política para o interior do país. A estrutura será criada ao menos em 20 municípios de cada estado.

Lembro ao leitor: os sovietes nada mais eram do que conselhos em que atuavam os delegados dos trabalhadores e camponeses na então URSS. Estas células eram a principal espinha da organização do governo marxista, sobrepondo-se a qualquer outra autoridade nas cidades e no campo. Pois estes conselhos detalhados por Graziano ao jornalista são exatamente isso.
No caso brasileiro, o cartão do Fome Zero será o ponto de partida para tudo. “E também será o mecanismo que permitirá a afirmação de redes de conselhos estaduais e municipais”. O ministro, sempre segundo Nassif, “admitiu que esta tutela garantirá poder político aos conselhos para enfrentar o poder do prefeito em regiões não-organizadas”.

Mais claro que isso, impossível. Esta rede de conselhos, os “sovietes” do PT, irá esvaziar o poder público municipal tradicional, reduzindo o prefeito a um mero ordenador de despesas sem influência sobre “as demandas locais”. “O viés maior dos conselhos será de petistas e padres das comunidades de base”. A estrutura idealizada pelo PT também elegeu inimigos a serem enfrentados. E quem são eles?

“O cartão evitará a cesta básica e o carro-pipa, as duas principais armas da indústria da seca”. Assim, o PT transforma o fornecedor de água no sertão em vilão, como se ele fosse o causador da miséria e da seca. Já a cesta básica se transforma em alvo porque sua distribuição está fora da alçada da nova estrutura que terá, apenas ela, o poder para doar alimentos. O PT não quer concorrentes no assistencialismo pois sua autoridade e tutela estão amparados justamente nesta concentração de benefícios.

O jornalista Luís Nassif, um dos mais respeitados do país, não realiza no texto reflexão sobre a revolução embutida no projeto que “sovietiza” o poder público nos grotões. Apenas relata a entrevista de forma imparcial. Me parece claro, também, que este esquema que aprisiona o morador do interior sob a estrutura das células de assistência alimentar, habitacional e social, em geral, aos poucos irá expandir-se para cidades de maior porte.

É que o fornecimento de cartões para o recebimento de comida acabará gerando disputas e dividindo a população entre aqueles que o possuem e os demais. A demanda por ele tenderá a aumentar e assim o governo terá que ampliar cada vez mais o esquema de distribuição dele. E é isso o que ele quer.

O programa Fome Zero, portanto, é a revolução petista, uma cópia de outras estruturas já experimentadas no passado e que ainda vigoram, como em Cuba e na China, por exemplo. A engenhosidade da idéia está em utilizar uma deficiência, a fome, para promover a sovietização do Brasil, passando para a sociedade a imagem de que o modelo implementado é “inovador”. Como explicou Graziano a Nassif, o Fome Zero é um programa “transversal”. Sua obliqüidade explica tudo.

  • Depois de tudo... RANDAPia, mas sobrevive HIÇADO

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