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Infantil-->O ganso dourado - Lenda dos irmãos Grimm -- 09/10/2002 - 13:29 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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O ganso dourado
texto


Era um homem que teve três filhos, dos quais o mais jovem era apelidado de Bobão, sendo sempre passado para trás, menosprezado e escarnecido. Aconteceu que o mais velho quis ir à floresta pra cortar madeira, e antes de ir, a mãe dele ainda lhe deu uma saborosa e bela panqueca, e uma garrafa de vinho, a fim de que não passasse fome, nem sede. Quando entrou na floresta, encontrou-se com um homenzinho grisalho que lhe desejou bom dia e disse:
— Dê-me, por favor, um pedaço do bolo de sua bolsa e deixe-me tomar um trago do seu vinho! Tenho fome e sede demais.
O filho inteligente respondeu, porém:
— Se eu lhe der do meu bolo e do meu vinho, vou ficar sem o que comer. Se vire!
O homenzinho ficou e ele foi em frente. Pouco tempo depois, quando ele começou a cortar uma árvore, feriu-se no braço ao errar um golpe com o machado, e teve que voltar para casa, a fim de curar-se. Mas, isso era feitiço que tinha sido arrumado pelo pigmeu grisalho. Em seguida, o segundo filho entrou na floresta e, como fez com o mais velho, a mãe deu-lhe uma panqueca e uma garrafa de vinho. Lá, do mesmo modo, ele topou com o velho e grisalho pigmeu que lhe pediu um pedaço de panqueca e um gole de vinho. Mas, também o segundo filho foi muito arrogante:
— Quem dá o que tem, a pedir vem. Se vire!
Deixou o velhinho ao abandono e foi embora. O castigo não demorou. Quando ele dava alguns golpes na árvore, ele cortou-se seriamente na perna e foi levado para casa. Então, disse Bobão:
— Pai, deixe-me sair uma vez pra cortar lenha!
O pai respondeu:
— Seus irmãos se deram mal com isto, deixa isso pra lá, você não entende nada disso!
Bobão pediu tanto que ele disse, finalmente:
— Então, vá! Ferindo-se, talvez, você fique mais inteligente.
A mãe deu-lhe um bolo que foi cozido com água na cinza e, além disso, uma garrafa de cerveja azeda. Quando ele entrou na floresta, igualmente, foi interrompido pelo velho e grisalho pigmeu, que lhe cumprimentou e disse:
— Dê-me um pedaço de seu bolo e um gole de sua garrafa, tenho muita fome e estou sedento.
Bobão respondeu:
— Eu só tenho bolo de cinza e cerveja azeda. Se isso lhe satisfaz, então, podemos sentar e comer.
Então, eles se sentaram e, quando Bobão pegou o bolo de cinza, para sua surpresa, era uma finíssima panqueca e na garrafa de cerveja havia um bom vinho. Assim, depois que comeram e beberam, disse o homenzinho:
— Como você tem um bom coração e gosta de compartilhar o que é seu, então, quero lhe dar sorte. Ali está uma velha árvore, corte-a, e então, você achará algo nas raízes.
Depois disso, o homenzinho despediu-se. Bobão foi lá e golpeou a árvore e, quando ela caiu, encontrou um ganso com penas de puro ouro nas raízes. Ele tirou-o para fora e levou-o consigo, até a uma hospedaria, onde queria pernoitar. Mas, o proprietário tinha três filhas que, ao verem o ganso, ficaram interessadas naquele tipo de pássaro tão especial, e desejaram possuir uma de suas penas douradas. A mais velha pensou:
— Vou achar jajá o momento certo para que eu possa extrair uma pena desse ganso.
E, enquanto Bobão saiu por um momento, ela pegou o ganso pelas asas, mas seus dedos e a mão ficaram dependurados nele. Logo depois, veio a segunda e não pensou em outra coisa senão em apanhar uma pena dourada, porém, ao tocar em sua irmã, também, ficou a ela agarrada. Finalmente, veio também a terceira com a mesma intenção. Então, as outras gritaram:
— Afaste-se, por Amor ao Céu, afaste-se!
Porem, ela não compreendeu por quê ela deveria se afastar, e pensou:
— Elas estão aqui, e eu também quero.
E, saltando para lá, como tocou em suas irmãs, ela também ficou dependurada com elas. Elas ficaram assim por toda a noite.
Na outra manhã, Bobão pôs o ganso no braço foi embora e não se preocupou com as três meninas que ali ficaram agarradas umas nas outras. Elas tiveram que segui-lo a três pernas, andando de lado, enquanto ele andava normalmente. No meio do campo, o padre as encontrou, e quando viu aquele cortejo, ele disse:
— Que vergonha, meninas sórdidas, o que faz vocês seguirem o jovem pelo campo, isso é normal?
Então, ele pegou a mão da mais nova e quis puxá-la de volta, mas, como ele tocou nela, ele ficou agarrado do mesmo modo e teve que andar como saci. Não demorou muito e lá veio o sacristão, e viu o senhor padre e as três meninas presos pelos pés. Surpreso, disse:
— Uê, seu padre, pra onde o senhor vai com essa pressa? Não se esqueça que nós temos batizados hoje.
Correu até ele e o agarrou pelo braço, porém, ficou preso também. Quando os cinco vagueavam de lado, um atrás do outro, dois camponeses vieram com suas enxadas pelo campo. Então, o padre os chamou e lhes pediu que ele e o sacristão fossem desatados. Logo que tocaram no sacristão, eles ficaram atados também, e, agora, eram sete que seguiam Bobão com o ganso. Depois disso, ele entrou em uma cidade; lá reinava um rei que tinha uma filha que era tão séria que não sorria para ninguém. Então, o rei baixou uma lei determinando que quem a fizesse sorrir deveria se casar com ela. Bobão, quando ouviu isso, foi com o ganso dele e seu cortejo até à princesa, e quando ela viu as sete pessoas andando daquele jeito, uma ligada à outra, começou a dar uma gargalhada alta, mas com tanta vontade de rir, que não conseguia parar. Assim, Bobão exigiu-a como noiva, mas o genro não caiu no agrado do rei, que fez todos os tipos de objeções e exigiu que ele trouxesse um homem que pudesse beber todo o vinho de porão. Bobão pensou no homenzinho grisalho que poderia ajudá-lo de bom grado. E foi à floresta, até aquele lugar onde tinha cortado a árvore e encontrado o ganso dourado, e viu um homem com a aparência de quem estava muito triste, assentado por ali. Bobão perguntou-lhe sobre o que teria magoado tanto seu coração. Então, ele respondeu:
— Eu tenho uma sede enorme e não consigo saciar-me; eu não tolero água fria. Em verdade, esvaziei um barril de vinho, mas, de que vale uma gota numa pedra quente?
— Então, eu posso lhe ajudar,disse Bobão, basta vir comigo, você pode matar sua sede!
Ele o conduziu até aos porões do rei, e o homem deu de cima nos grandes barris, bebeu e bebeu, até ficar com os quadris o fizeram doloridos, e em menos de um dia, ele tinha bebido o porão inteiro. Bobão exigiu, mais uma vez, a sua noiva, mas o rei ficou aborrecido por não querer que sua filha sofresse, casando-se com um reles camponês, que todo o mundo chamava de Bobão. E, por isso, impôs novas condições: primeiro, ele teria que achar um homem que pudesse deglutir um pão inteiro, do tamanho de uma montanha. Bobão não pensou muito tempo, mas saiu igualmente para a floresta. Lá, no mesmo lugar, um homem estava assentado, usando uma correia na cintura, fazendo uma cara de aflito, que disse:
— Eu comi um pão de forno inteiro, mas de que adianta isso, quando se tem tanta fome como eu tenho? Meu estômago permanece vazio, e eu tenho que amarrá-lo para que não possa morrer de fome."
Bobão ficou alegre com aquilo, e disse:
— Levante-se e venha comigo, você poderá matar sua fome!
Ele o conduziu até o pátio do castelo do rei, que havia coletado toda a farinha do império e mandou construir uma imensa montanha com ela; mas, o homem da floresta pôs-se à frente e começou a comer; e num só dia a montanha inteira tinha desaparecido. Bobão exigiu sua noiva pela terceira vez. O rei procurou, porém, uma vez mais, uma desculpa e exigiu um navio que pudesse navegar e trafegar como um veículo em terra.
— Tão logo você chegue velejando com isso, ele disse, você poderá ter minha filha,imediatamente, como cônjuge.
Bobão pegou o caminho direto pra floresta, e lá estava o homenzinho grisalho a quem ele dera o pedaço de bolo, que lhe disse:
— Eu bebi e comi, por você, e quero, também, lhe dar o navio; faço tudo isso, porque você foi misericordioso para comigo.
Então, ele deu-lhe o navio, conforme o exigido pelo rei, e quando o rei viu aquilo, não pôde reter a filha por muito mais tempo. O casamento foi celebrado; depois da morte do rei, Bobão herdou o império e viveu longo tempo feliz com sua esposa.

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Fonte: www.udoklinger.de



































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