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Contos-->O sapo-cururu -- 04/11/2003 - 20:08 (Christina Cabral) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Sapo Cururu
- (Também para a criança que continua dentro de nós)

A senhor gato alisava os bigodes, lambia a palma rosada da pata e a passava pelo nariz, pelas orelhas, pela cabeça, e tornava a lamber.

- Como ele é asseado! – diziam os bichinhos – Que pêlo tão limpo e brilhante ele tem!

- E que modos distintos, educados! – comentavam – Também anda com elegância, sem fazer barulho!

- Os olhos, são os mais lindos que já vi – dizia, suspirando, a pombinha branca.

- Olhem só como ele se enrosca todo, para dormir e como dorme calmo! É o sono dos justos – reparou a seriema.

- Não vou com a cara deste chapa – disse o sapo-cururu, abrindo a bocarra – é muito limpinho, muito mansinho demais... Não vou com a cara dele, não...

- Ora, porque você é feio, tem esses olhos enormes saltados, essa boca medonha. Você pula como se tivesse engolido uma mola! A sua voz mete medo e essas patas tortas, com essas horríveis bolas nas pontas dos dedos, dão até pena na gente – disse a pombinha, defendendo o gato.

O sapo ficou tristonho e voltou para a sua toca, na beira do rio, na curva do capoeirão. À noite, olhando a lua, ele ficou cismando: “Como é triste ser feio e desajeitado! De que adianta ser bom, se ninguém me ama? Hum...Hum... Hum... – gemia o sapo.

A lua já ia alta no céu, quando ele ouviu um barulho esquisito entre as plantas do capoeirão. Como se fosse um bater de asas, uns roncos e uns piados. Logo em seguida, viu o vulto de um gato que, rápido, aos pulos, passou pela sua toca e meteu-se na mata.

No dia seguinte, deram por falta da seriema. “Onde andará nossa amiga?” – perguntavam os bichinhos.

- Deve ter ido viajar, visitar os parentes em Pernambuco – respondeu o gato, manhoso e sabido.

O sapo, desconfiado, foi dar uma espiada no capoeirão e, como imaginava, encontrou umas penas da seriema, grudadas nas folhas do emaranhados mulungus que formavam grande touceira. Não falou nada a ninguém; não comentou o seu achado, mas, à tardinha, quando o sol já ia se pondo, foi de mansinho e se escondeu entre as folhas secas que forravam o chão do capoeirão. Meio sufocado pelo calor das folhas, que o cobriam completamente, louco de saudades da água fresquinha do rio e da claridade da lua, o nosso amigo sapo esperou. Lá pelas tantas, foi novamente surpreendido pelo gato, que trazia, presa pela asa e se debatendo, apavorada, a pombinha branca. Sem esperar um segundo, o sapo pulou sobre o gato e gritou, bem alto, com sua voz de taquara rachada:

- QUA-Á-Á-Á-Á!!!

O gato levou um susto medonho, largou a pobre pombinha e saiu, miando, mato a fora! O sapo, carinhoso, levou a pombinha para beira do rio e cuidou do seu ferimento. Hoje, ele é o herói da bicharada. Foi nomeado “Guardião Sempre Alerta dos Pássaros Indefesos”; todos admiram os seus pulos e até a sua voz de taquara rachada,e podem dormir tranqüilos, porque sabem, que lá, na beira do rio, o nosso valente amigo sapo-cururu zela por eles


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