Às vezes, o humor converte-se em tristeza e faz perceber que a alegria é tão débil, como se fosse um vagão sem suporte... Pensamos que ele está firme e... Pumba! Cai, ao menor descuido.
Fico a pensar na vulnerabilidade dos sentimentos humanos...
Castelos de areia.
Sim... Lembro-me de minha infância, criada na praia, livre, ao sol e ao vento... Fazia tantos castelos de areia branquinha. Ficava horas perdida em sonhos. Dentro deles, imaginava o príncipe que viria um dia, em sua carruagem de madeira cor-de-rosa, com janelas transparentes, para entrar o sol...
Mas, em segundos, vinha a onda do mar e, sorrateira, desfazia todos os meus castelos...
Perdida em devaneios, fazia outros e esquecia logo os que desmoronaram...
Ah... Se assim fosse a vida... Se pudéssemos, num abrir-e-fechar-de-olhos, reformular nossos castelos ao sabor de nossos sonhos mágicos.
Às vezes, choro... Não sei a razão... Mas choro, com saudades dessa infância tranqüila, onde o mar e a montanha encontravam-se num beijo azul...
Milene |