Foi-se a Terra Nostra e eis que chega a Vidas Entrelaçadas, ou algo assim. Mais uma vez, como é próprio das novelas, uma certa confusão sobre quem é filho de quem e se este ou aquele romance há de prosperar. Terra Nostra encerrou deixando uma certa confusão sobre que filho ficou com quem. Disseram que haverá uma continuação. Va bene.
Nesta nova novela, D. Vera se destaca como não podia deixar de ser. Isto não chega a ser novidade. Contudo, vendo D. Vera logo me chamou à atenção o fato de que ela aderiu à turma de Peitudas Beach. Uma pena. Tem certas coisas que são tão boas que, se tentar melhorar, estraga. Claro, D. Vera tem tantos méritos que, mesmo estragada, não está nada mal. Mas melhor seria sem o silicone a estufar-lhe o peito. Como se diz, foi mal, não precisava.
O que terá passado pela cabeça de D. Vera para tomar esta atitude tão drástica, capaz de tirar-lhe a perfeição? Logo nestes dias em que a natureza é cantada e reclamada. Logo nestes dias em que D. Vera já está consagrada, já não precisa provar nada a ninguém. Porque? Talvez um momento de inveja de loiras mais novas. Não acredito. D. Vera parece tão segura e tem todos os motivos para assim proceder. Teria talvez aderido a alguma forma maldosa de marqueting praticada pelos fabricantes de silicone? Ou foram os cirurgiões que a convenceram a ser garota propaganda do novo visual que nos assola? Prefiro nem pensar nestas hipóteses. Um momento de insanidade? O motivo real acho que jamais saberemos.
Não bastassem os vazamentos de petróleo e derivados, qualquer dia destes seremos inundados por enxurradas de silicone descendo dos morros desfeitos de nossos peitos mais famosos. Uma tristeza.
Está feito, mas pode ser mudado. Agora só nos resta torcer para que se encha desta mudança e tire fora o que é desnecessário e, de quebra, dê o exemplo (ou inveja) em todas estas neopeitudas.
Escrito em 27.07.2000
Publicado na Seção Comentários do Cidade Virtual Brasília em 05.08.2000