( P. Vasconcelos – Revista Família Cristã nº 426)
RUMOS DA FELICIDADE
Como é bom ser bom! Ter certeza de que se vive a serviço dos outros. Cansar-se conscientemente, em prol de qualquer um, do primeiro que aparecer.
Como é bom comparar princípio com fim, arrebóis com tramontos ,desenhados na curva fiel do céu da vida.
Como é bom ir fazendo e esquecendo o que se fez, deixando tudo à divina “contabilidade”, por cujo amor tudo se operou.
Como é bom iluminar-se apenas das luzes, que acendemos nos outros, recebendo no rosto do coração os reflexos da paz, que repartimos.
Como é bom ir pelos caminhos da vida, como os peregrinos de outras eras, a pé, de alforge aos ombros, sem pressa no andar, sem plano de ir, sem prazo de chegar.
Como é bom trabalhar por dez e desaparecer, como se não existisse, lidando a vida inteira e achando sempre que se faz menos do que se poderia fazer.
Como é bom deixar os outros serem o que são, sem querer tratar todo mundo, com a mesma medida.
Como é bom permitir que pensem diferentemente da gente, aceitando as críticas, mesmo as mais dolorosas.
Como é bom respeitar os outros, não querendo repartir os pedaços da cruz que carrega, sobrecarregando ombros alheios.
Como é bom saber calar-se, em tempo, falar sempre dentro do seu tempo, adiar quando convém. Especialmente, ouvir muito as pessoas.
Como é bom descobrir lados claros na vida, lados bons nas pessoas, ângulos novos nos repetentes fatos da vida.
Como é bom saber que o sol vai iluminar outros povos, quando se esconde de nós. Pensar que não é a noite que chega depois do dia, mas é o dia que vem antes da noite.
Como é bom buscar rosas entre os espinhos, não se impressionando com a presença dos espinhos entre as rosas.
Como é bom teimar com a paz, teimar com a luz, teimar de joelhos com o mesmo Deus.
Como é bom saber que a felicidade tem os rumos que o coração elege.
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