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Artigos-->As piruetas de Vampeta -- 04/07/2002 - 20:28 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A viagem foi longa e exaustiva, o vôo 9585 da Varig levou 25 horas para chegar ao Brasil. Naquelas horas maldormidas, fatigados e sonhadores, cada membro da delegação canarinho trouxe uma história da copa para contar. Um pedaço do Japão ou da Coréia ficou gravado para sempre na memória dos nossos ases do penta. Quem conseguiu dormir, foi derrotado pelo cansaço e dormiu o sono dos justos.

Naquelas infindáveis 25 horas de viagem, como guerreiros que vencem uma batalha, o desejo maior é o aconchego do lar, reencontrar familiares, rever amigos e descansar no mais entediado ócio de inverno. Se os pentacampeões sonhavam com o descanso, quando desembarcaram em Brasília, foram comunicados que a maratona recém estava começando.

Sobrevoavam o Distrito Federal. Cinco caças da Força Aérea Brasileira escoltaram os campeões. “Sejam bem-vindos heróis do penta”. Foi a mensagem emitida pelo comandante da escolta. Posteriormente a Esquadrilha da Fumaça escreveu nos céus de Brasília. – É penta. Uma pequena frase, mas uma grande homenagem. É penta, foi se dissipando lentamente no vasto céu azul do planalto central ante os olhares atentos e o aplauso da multidão.

O sobrevôo na capital foi a primeira mostra do carinho do torcedor. A emoção começava tomar conta dos heróis do penta. Do interior da aeronave, podiam ver o povo tomando conta das avenidas de Brasília. Uma manifestação espontânea e grandiosa. O coração bate mais forte, pressentindo as emoções com as homenagens protagonizadas pela população.

Os heróis do penta foram recebidos com todas as honras dignas dos vencedores. Com toda pompa dedicada aos guerreiros das mais cruentas batalhas. Brasília homenageou os pentacampeões com a maior mobilização popular. Os jogadores e toda a comitiva foram condecorados pelo presidente Fernando Henrique. Certamente que, em ano eleitoral, alguns políticos tentaram tirar proveito e aparecer ao lados dos jogadores, mas sucumbiram diante das vaias da população aos gritos de “sai da frente”.

Esta manifestação de afeto e carinho com os craques brasileiros é o reconhecimento de uma nação que admira os vencedores. O povo reconheceu e o escrete canarinho mostrou, para nós e para o mundo, que o Brasil tem jeito. Somos um país continente, abundam riquezas naturais e temos uma população solidária, honesta e trabalhadora. Se somos os melhores no futebol, por que os índices sociais do Brasil não podem ser melhorados? Acredito na sensibilidade social do próximo presidente. E será eleito com esse compromisso.

Eu não sei o porquê, mas toda vez que vejo o Fernando Henrique eu me lembro de sua mão espalmada em 1994. Eram cinco grandes propostas, prioridades centrais de seu futuro governo. Cada dedo da mão uma promessa de campanha. Confesso que, hoje, não consigo enumerá-las. Não anotei e me esqueci, por desleixo meu ou do governo FHC em cumpri-las.

Vendo a foto do jornal, Fernando Henrique condecorando o Ronaldo Nazário, com a Medalha da Ordem do Mérito, vem em minha mente a sua mão espalmada há oito anos. Percebo que FHC era um visionário, nada a ver com cinco propostas de campanha ele estava prevendo que o Brasil seria pentacampeão. FHC é um vidente!

Todo político sonha em subir a rampa do planalto. O poder para mudar e transformar a sociedade. O fecho de uma vida pública. Sonha ser ovacionado pelo povo e realizar um governo digno e transparente. Não são todos que conseguirão. Não sei se no Brasil um presidente foi transformador e popular.

Com a simplicidade de um jogador de futebol, Vampeta deu o recado. Você, candidato, poderá subir a rampa, mas lembre-se, o povo esta aí para fiscalizar. Veja como você poderá descer... e mostrou. As piruetas de Vampeta foram um belo recado visual aos candidatos a hóspedes no Palácio da Alvorada. Há dez anos um elegante presidente saiu pela força dos carapintadas.

Há quem diga que Vampeta executando as quatro cambalhotas rampa abaixo, não efetuou uma quebra de protocolo ou demonstrou seu comportamento anarquista. Vampeta, na sua mais singela atitude, estava demonstrando para o país como são levadas as políticas sociais do governo. Na falta de trancos e barrancos, ele usou a rampa do planalto. Grande Vampeta.

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