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Poesias-->Consternação -- 27/07/2004 - 18:17 (Benedito Pereira da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Consternação





Chegam as primeiras chuvas! É outubro!

Levanto-me cedo. Olho pela vidraça

Magricelo cão que, lamentando passa,

E tanta pobreza no mundo descubro.





Chegam as primeiras chuvas! A manhã

Das flores vem vindo outra vez! Novamente,

Observo que tudo é vago e indiferente

À lamúria triste, solitária, vã.





Chegam as primeiras chuvas! A prece

Foi bem atendida. O astro-rei dá descanso.

O pássaro voa com cautela e manso.

O capim marrom agora reverdece.





Chegam as primeiras chuvas! Madrugada

Fria. Não consigo mais dormir. Acordo

(Desperto o passado), medito, recordo.;

Penso na existência e não concluo nada.





Chegam as primeiras chuvas! Primavera

Reconstrói a flora. Há árvores sem vida,

Cérebros sem sonhos, empresa falida,

E o pesar de não ter feito o que pudera!





Chegam as primeiras chuvas! A saudade

Mais profunda vem com elas. Natural

Sentimento faz com que eu domine o mal

Que busca impedir haja serenidade.





Chegam as primeiras chuvas, e cratera

Se abre irreversível! Dor nasce e evolui.

Se analiso aquele homem que outrora fui,

Desconheço o ser que antigamente eu era.





Chegam as primeiras chuvas! Há visões

Superdistorcidas que surgem, e tento

Apagar mantendo firme o pensamento:

Ainda há de chover amor nos corações!





Chegam as primeiras chuvas! O conflito

Dos pobres instala-se impiedosamente,

Duplica o pavor de desastrosa enchente

Que arrasa, maltrata em ataque maldito.





Chegam as primeiras chuvas! Solidão.

Na calçada, dorme um bêbado sem juízo.

Chove. Enquanto lá fora é forte o granizo,

É maior a angústia que alimento em vão.





Chegam as primeiras chuvas! É perfeito

O exemplo de Deus, que se propaga e medra.

Cai água... e, ao mesmo tempo, chove pedra

Aumentando a ânsia que me habita o peito.





Chegam as primeiras chuvas! Nem um bem.

As aves reclamam, choram pelo ninho

Desfeito. Os filhotes desejam carinho.

Todos choram. Peno com eles também.





Chegam as primeiras chuvas! Desencanto

Para os passarinhos,que mudam de abrigo

Buscando agasalho e "habitat" mais amigo,

Onde possam ter paz e soltar o canto.





Chegam as primeiras chuvas! Devagar

Retornam alguns.; outros seguem depressa.

Procuro equilíbrio.; revivo a promessa

De que, num momento, você vai voltar.





Chegam as primeiras chuvas! Intervém

Mágoa. Cai do espaço chuva sem cessar.

De meus olhos cai lágrima sem parar,

E pergunto -- incrédulo: meu Deus, por quem?
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