A escolha
Autor: Daniel Fiuza
06/11/2000
Era uma situação chata a do Gilberto, o rapaz encontrava-se no interior de Goiás, numa pequena cidade chamada Israelandia. Essa cidadezinha tinha pouco mais de mil habitantes, divididos entre comerciantes e garimpeiros.
Como diversão eles tinham brigas de galos, que eram feitas em plena rua a vista de todos. Gilberto era um desses vendedores viajantes, que iam de cidade em cidade oferecendo seus produtos, justo em Israelandia foi à última cidade do roteiro dele. Foi aí que aconteceu o inesperado, o rapaz tinha se excedido em galanteios e entusiasmo na casa noturna da cidade, onde as mulheres recebem homens, e mediante a uma certa remuneração podem proporciona-lhes certos momentos agradáveis. Gilberto gastou demais naquela noite, no dia seguinte passado o efeito da birita, ele caiu na real, contou o dinheiro que tinha, e só tinha para almoçar ou comprar a passagem do ônibus, era um ou outro... Naquele instante bateu uma fome de roncar o estômago. Ele caminhava na pequena rua principal, precisava tomar uma decisão: ia comer, matar a fome que torturava seu estômago, ou tomar o ônibus e viajar varias horas com aquela fome danada. Foi quando notou uma aglomeração, uma roda tipo aquelas de camelô, se aproximou, e viu que era uma briga de galos, onde todos apostavam. Ele então teve uma idéia, iria apostar, assim poderia comer e viajar tranqüilo, mas para isso teria que ter certeza do galo ganhador. Perguntou para um moço que ia passando, quem mais entendia de galo na cidade, quem conhecia os galos vencedores. O moço respondeu que era o seô Alfredo açougueiro, ele era o mió da cidade. E ainda apontou: - É aquele ali sem camisa que pega as apostas. Gilberto explicou a situação dele para o Sr Alfredo e perguntou: - nessa nova luta quem é o bom... Sr Alfredo respondeu: - aquele vremeio grandão... Gilberto apostou tudo que tinha no galo grande e vermelho, e foi assistir a luta. O outro galo era um branquinho bem menor. Gilberto imaginou vai ser barbada... Mas não deu nem um minuto de luta, e branquinho deu uma surra no vermelho. Se eles não apartam a luta, o branco matava o outro fácil, fácil. Giba ficou louco de raiva, pois agora nem dinheiro para comer nem para viajar. Foi cobrar a informação do sr Alfredo. Indagando-lhe: - o senhor disse que o galo bom era o vermelho, apostei e perdi tudo. Sr Alfredo calmamente respondeu: - é mermo, o vremeio é bom, o marvado é o branquinho.
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