O verdadeiro significado do Natal está na lembrança. Sem a ternura desta recordação, toda comemoração perde seu valor para tornar-se uma mera celebração material. A troca de presentes, a alegria das visitas e das ceias de Natal é positiva na medida em que refletem a alegria espiritual desta lembrança da vida e obra de Jesus; porém, é necessário cuidado para que a comemoração não oculte o objetivo principal desta data; para que o júbilo e a alegria tenham raízes no espírito e não na matéria.
É preciso lembrar que o Natal comemora o Nascimento de uma Revelação de Deus à humanidade, na pessoa de Jesus. A celebração deve ser por causa desta dádiva; pelos ensinamentos que chegaram aos homens e que podem encher a vida de significado e o mundo de paz.
Se os cristãos de todas as denominações investigassem a realidade da mensagem de Cristo, seriam todos unificados por esta realidade e desapareceriam as divisões causadas por imitações cegas, por tradições e dogmas ancestrais. A luz de sua guia eliminaria a escuridão do fanatismo, da intolerância e do sectarismo. Da mesma forma, num âmbito maior, se as religiões existentes se afastassem das imitações do passado e investigassem a realidade, buscando o real significado dos Livros Sagrados, como os escritos de Buda, Moisés, Cristo, Maomé e Bahá’u’lláh, profeta fundador da Fé Bahá’í, entre outros, todos iriam unir-se e concordar entre si, pois a base de todas as religiões é uma só.
Tudo o que é divino une. A divisão é causada pelas invenções e elaborações humanas, pelas doutrinas forjadas e pela imitação cega. Há apenas um Deus, Criador de todas as coisas. Sua mensagem tem sido enviada ao homem desde tempos imemoriais e continuará a ser transmitida, através de Seus Profetas e Mensageiros. Todos são filhos, pois, de um só Pai, de um único Criador, e Sua mensagem se faz conhecer através de diferentes Porta-vozes.
Se o Natal for motivo de uma real introspecção e de verdadeiro espírito de fé, então seu significado irá iluminar o mundo. Mas se as palavras de paz e fraternidade, de amor e eqüidade não forem postas em prática, na vida de cada um e da sociedade, isto será motivo cada vez maior de perda.
Que o amor de Deus seja a celebração do Natal. Que o renascer da fé seja seu fruto. É neste espírito que os bahá’ís acompanham sua comemoração e é esse espírito que agora levam a todos os lares cristãos. Feliz Natal a todos!
Natascha Jorgic, membro da Comunidade Bahá’í do Brasil •