ENTRE O BELO E O SUBLIME
Tereza da Praia
Escavar abaixo do sublime e do belo
Para que surja e irradie a poesia,
Mesmo que isso não seja coisa da filosofia.
Inverter o vetor da agenda kantiana, formar um elo.
Entre o impulso da verdade e o prazer das ilusões.
Dois séculos de preconceitos e de domínio singelo
Do mau gosto e da banalização da experiência do belo
Nos enxergam, desde Kant e suas observações.
“A noite é sublime, o dia é belo”
A noite com seus sortilégios faz sonhar
O dia, com sua claridade, traça o paralelo
Entre a beleza e a capacidade de amar.
“O sublime comove, o belo encanta”
O amor comove, o amor encanta
É belo, é sublime o amor sonhado,
Beleza sem igual, nunca imaginada.
A amizade tem o caráter de sublime
Lança mão de estrelas límpidas, não oprime.
O tudo no todo em ordem se equilibra
E a alegria é a beleza da vida que vibra.
Belo é o rosto do homem, meu amado
Quando o prazer explode em ondas delirantes.
E em sussurros e gemidos deixa tudo revelado,
Num lindo ato de amor que não tem pecado.
Sublime é eu sentir no peito o coração aflito
Por novas emoções, coisa que desequilibra e
Faz todos os meus sentidos vibrarem em convulsões
No vendaval da paixão, o furor de tormentosas emoções.
É belo. É sublime este mundo silencioso, calmoso
a meus pés debruçado, saciado.
Feito menino impudico, com os olhos brilhantes
olhando-me, admirado da beleza que em mim se fez amor
com toda certeza.
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